O que você vai ler a seguir é
fruto de dezenas de diálogos com irmãos separados: vamos fornecer uma lista de
5 versículos importantíssimos, que costumam romper totalmente o nosso diálogo
com esses irmãos, já que não tendo resposta para eles, infelizmente acabam
abandonando a conversa e, vez ou outra, soltam também algum insulto.
1º) Mateus 16,18-19: “E eu
também te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e
as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do
reino dos céus e tudo o que ligares na terra será ligado no céu; e tudo o que
desligares na terra será desligado no céu”.
Pergunta: Como você
interpreta este texto?
Possíveis argumentos do
irmão: Poderá dizer, como sempre, que Jesus não estava falando em edificar a
Igreja sobre Pedro, mas sobre Ele mesmo ou sobre esta confissão: “Jesus é o
Cristo que todos os cristãos devem confessar”; ele pode remeter você a textos
que não provam esses argumentos, tais como Efésios 2,20; 1Pedro 2,4-7;
1Coríntios 10,4; Atos 4,11, já que Pedro é chamado Pedra de edificação enquanto
Cristo é chamado Pedra fundamental, coisas que não são contraditórias.
Única Resposta: Jesus está
falando particularmente com Pedro e não com uma confissão de fé feita por
Pedro, já que todo o texto possui termos demonstrativos como tu, te digo, te
darei, referindo-se a Pedro e não à sua confissão, confissão esta que também
não pode ligar ou desligar. E ainda que todos os Apóstolos posteriormente
venham a receber este poder, juntamente com Pedro, só Pedro recebe as chaves do
reino dos céus.
Conclusão: Jesus está
entregando particularmente a Pedro a promessa da edificação da Igreja,
deixando-o como herdeiro e com toda autoridade para ligar e desligar. O irmão
separado não pode interpretar esse texto de maneira diferente e nem usar outros
textos bíblicos sem antes interpretar este.
2º) João 21,15-17: “Depois de
ter comido, Jesus disse a Simão Pedro: ‘Simão, filho de Jonas: tu me amas mais
do que estes?’ Pedro respondeu: ‘Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo’.
Disse-lhe Jesus: ‘Apascenta os meus cordeiros’. Pela segunda vez, tornou a
dizer-lhe: ‘Simão, filho de Jonas: tu me amas?’. Ele respondeu: ‘Sim, Senhor,
tu saber que eu te amo’. Disse-lhe Jesus: ‘Apascenta as minhas ovelhas’.
Disse-lhe pela terceira vez: ‘Simão, filho de Jonas: tu me amas?’ Pedro, triste
por ser-lhe perguntado o mesmo pela terceira vez, respondeu: ‘Senhor: tu sabes
tudo; tu sabes que eu te amo’. Disse-lhe Jesus: ‘Apascenta as minhas ovelhas'”.
Pergunta: Como você
interpreta este texto, argumentando que somente Cristo ou o Espírito Santo são
os Pastores da Igreja, quando vemos nitidamente que Jesus nos deixou um pastor
visível?
Possíveis argumentos do
irmão: Não sabe responder ou apenas diz que a morte de Pedro pôs um ponto final
em tudo.
Única resposta: Jesus está
particularmente falando com Pedro e explicitamente o deixando encarregado da
Igreja (as ovelhas de Jesus).
Conclusão: Jesus entregou a
ordem de pastoreio da Igreja a um homem, não ao Espírito Santo, nem a todos os
seus Apóstolos. É prova certa que Pedro foi o primeiro líder da Igreja, de modo
que, ao falecer, algum outro cristão deveria ocupar o seu cargo, como vemos em
textos como Atos 20,17-28; 14,23 e 1Pedro 5,1-11.
3º) Tiago 2,14-24: “Irmãos: o
que aproveita se alguém diz que tem fé e não tem obras? Poderá a fé salvá-lo?
(…) Assim também a fé, se não tiver obras, está morta. Mas alguém dirá: ‘Tu
tens fé e eu tenho obras’. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a
minha fé pelas minhas obras. Tu crês que Deus é um: fazes bem; também os
demônios creem e tremem. Mas queres saber, homem vão, que a fé sem obras está
morta? Abraão, nosso pai, não foi justificado pelas obras quando ofereceu o seu
filho Isaac sobre o altar? Não enxergas que a fé agiu juntamente com as suas
obras e a fé se aperfeiçoou com as suas obras? E assim se cumpriu a profecia
que diz: ‘Abraão creu em Deus e lhe foi contado por justiça, sendo chamado
amigo de Deus’. Vês, portanto, que o homem é justificado pelas obras e não
somente pela fé”.
Pergunta: Como você
interpreta este texto à luz da doutrina de que o homem é salvo somente pela fé,
sem as obras?
Possíveis argumentos do
irmão: Não responde a esta pergunta, mas remete a outros textos inválidos: Atos
16,30; Romanos 10,9.13; João 6,47; 3,16 e 3,36, que de maneira nenhuma afirmam
que somente ou unicamente devemos crer assim; isso não se encontra em lugar
nenhum da Bíblia. Também remete a textos que fazem menção às obras da Lei
[mosaica] e não às boas obras, como Efésios 2,8-9 e Romanos 3,28.
Única resposta: A fé e as
obras são necessárias para a salvação, já que esta é a única parte da Bíblia em
que encontramos as obras e as palavras “somente pela fé”, e isto para afirmar
que que o homem NÃO é justificado somente pela fé, mas também pelas suas obras.
As obras mencionadas por São Paulo são as obras da Lei, não são as boas obras;
as obras da Lei são aquelas constantes na Torá Judaica, também chamada “Lei de
Moisés”, coisa que não nos justifica como cristãos. Se o irmão separado vier a
afirmar que os textos que ele aponta tratam das boas obras, então ele também
deverá aceitar o argumento de que a Bíblia se contradisse!
Conclusão: A doutrina do
“somente pela fé” é uma invenção que a Bíblia explicitamente nega.
4º) Coríntios 11,27-34: “De
maneira que qualquer um que indignamente coma deste pão ou beba do cálice do
Senhor será culpado do corpo e do sangue do Senhor (…) Portanto, que cada um
examine a sua consciência e coma do pão e beba do cálice; aquele que come e
bebe indignamente, sem discernir o Corpo do Senhor, come e bebe o seu próprio
juízo (…) Assim, pois, se um homem tem fome, que coma em sua casa e não se
reúna para condenação”.
Pergunta: Do que está
tratando São Paulo? Que podemos comer e nos condenarmos se não discernimos
(estar conscientes do que ingerimos)?
Possíveis argumentos do
irmão: Persistirá que é um mero símbolo ou memorial sagrado, do qual se deve
participar com respeito.
Única resposta: Relatando o
culto da Igreja primitiva, Paulo afirma que se não discernirmos o Corpo e o Sangue
do Senhor no pão e no vinho que nos é dado, podemos nos condenar a nós mesmos.
Conclusão: Não é um mero pão,
nem um mero vinho, mas há aí algo muitíssimo mais sagrado, que pode inclusive
nos levar ao extremo da condenação: concretamente, o Corpo de nosso Salvador,
Jesus Cristo. Isto porque ninguém pode se condenar por ingerir pão e vinho
simples, já que o que entra [materialmente] pelo corpo não o torna mais ou
menos pecador (cf. Marcos 7,14-23).
5º) 1Pedro 3,18-21: “Porque
também Cristo padeceu uma só vez pelos nossos pecados – o justo pelos injustos
– para nos levar a Deus, tendo morrido na carne, mas vivificado em espírito, no
qual também foi e pregou aos espíritos encarcerados, aqueles que outrora
desobedeceram, quando a paciência de Deus esperava, nos dias de Noé, a
preparação da arca, na qual poucas pessoas – isto é, oito – foram salvas pela
água. O batismo, que corresponde a isto, agora nos salva (não lavando as
imundícies da carne, mas como aspiração de uma boa consciência para com Deus),
pela ressurreição de Jesus Cristo”.
Pergunta: O que é que Pedro
afirma que nos salva agora?
Possíveis argumentos do
irmão: Não sabe ou, melhor, não quer responder.
Única resposta: O Batismo é
necessário para a salvação, não somente a fé.
Conclusão: O Batismo faz
parte das obras cristãs que respondem à salvação que Deus nos outorgou
gratuitamente. Ninguém que se diga cristão pode dizer que o Batismo não salva.
Portanto, é um erro que o irmão evangélico diga que foi salvo quando fez a
oração aceitando Jesus Cristo como Salvador, uma vez que desconsidera as águas
do Batismo como fonte e requisito para se receber a graça da salvação.
Utilize os textos e
argumentos acima nos seus debates e conversas e, seguramente, você estará
semeando a semente da verdade.
Fonte: Revista Vox Veritas nº
4
Autor: Joel Adán Domínguez
Tradução: Carlos Martins
Nabeto
via:Veritatis Splendor