Recentemente saiu uma reportagem
no Globo, e maldosamente disseminada nas televisões, rádios, sites evangélicos
e ateus, denunciando os “abusos cometidos pela Igreja Católica contra crianças
na Irlanda”.
Pois bem, o Grande jornalista
Olavo de Carvalho foi verificar se a acusação procedia e o que encontrou foi
uma calúnia gigantesca, um exagero dos fatos ocorridos, tudo com o objetivo de
desmoralizar a Igreja. Mas vejamos a conclusão do próprio jornalista Olavo:
“Colho no Globo Online o exemplo mais lindo da semana:
Não digo que o Globo seja o único autor da façanha. Teve a colaboração
de agências internacionais, de organizações militantes e de toda a indústria
mundial dos bons sentimentos. Naquelas três notas, publicadas com o destaque
esperado em tais circunstâncias, somos informados de que uma comissão de alto
nível, presidida por um juiz da Suprema Corte da Irlanda, investigando
exaustivamente os fatos, concluiu ser a Igreja Católica daquele país a culpada
de nada menos de doze mil – sim, doze mil – casos de abusos cometidos contra
crianças em instituições religiosas. A denúncia saiu num relatório de 2600
páginas. Legitimando com pressa obscena a veracidade das acusações em vez de
assumir a defesa da acusada, que oficialmente ele representa, o
cardeal-arcebispo da Irlanda, Sean Brady, já saiu pedindo desculpas e jurando
que o relatório "documenta um catálogo vergonhoso de crueldade, abandono,
abusos físicos, sexuais e emocionais". Depois dessa admissão de culpa,
parece nada mais haver a discutir.
Nada, exceto os números. O Globo fornece os seguintes:
1) A comissão disse ter obtido os dados entrevistando 1.090 homens e
mulheres, já em idade avançada, que na infância teriam sofrido aqueles
horrores.
2) Os casos ocorreram em aproximadamente 250 instituições católicas, do
começo dos anos 30 até o final da década de 90.
Se o leitor tiver a prudência de fazer os cálculos, concluirá imediatamente,
da primeira informação, que cada vítima denunciou, além do seu próprio caso,
outros onze, cujas vítimas não foram interrogadas, nem citadas nominalmente, e
dos quais ninguém mais relatou coisíssima nenhuma. Do total de doze mil crimes,
temos portanto onze mil crimes sem vítimas, conhecidos só por alusões de
terceiros. Mesmo supondo-se que as 1.090 testemunhas dissessem a verdade quanto
à sua própria experiência, teríamos no máximo um total de exatamente 1.090
crimes comprovados, ampliados para doze mil por extrapolação imaginativa, para
mero efeito publicitário. O cardeal Sean Brady poderia ter ao menos alegado
isso em defesa da sua Igreja, mas, alma cristianíssima, decerto não quis
incorrer em semelhante extremismo de direita.
Da segunda informação, decorre, pela aritmética elementar, que 1.090
casos ocorridos em 250 instituições correspondem a 4,36 casos por instituição.
Distribuídos ao longo de sete décadas, são 0,06 casos por ano para cada
instituição, isto é, um caso a cada dezesseis anos aproximadamente. Mesmo que
todos esses casos fossem de pura pedofilia, nada aí se parece nem de longe com
o “abuso sexual endêmico” denunciado pelo Globo.
Porém a maior parte dos episódios relatados não tem nada a ver com
abusos sexuais, limitando-se a castigos corporais que, mesmo na hipótese de
severidade extrema, não constituem motivo de grave escândalo quando se sabe – e
o próprio Globo o reconhece – que grande parte das crianças recolhidas àquelas
instituições era constituída de delinqüentes. Se você comprime bandidos menores
de idade num internato e a cada dezesseis anos um deles aparece surrado ou
estuprado, a coisa é evidentemente deplorável, mas não há nela nada que se
compare ao que aconteceu no Sudão, onde, no curso de um só ano, vinte crianças,
não criminosas, mas inocentes, refugiadas de guerra, afirmaram ter sofrido
abuso sexual nas mãos de funcionários da santíssima ONU, contra a qual o Globo
jamais disse uma só palavra.
Só o ódio cego à Igreja Católica explica que o sentido geral dado a uma
notícia seja o contrário daquilo que afirmam os próprios dados numéricos nela
publicados.
Por isso, saiba o prezado leitor que só leio a “grande mídia” por
obrigação profissional de analisá-la, como se analisam fezes num laboratório, e
que jamais o faria se estivesse em busca de informação.” http://www.olavodecarvalho.org/semana/090605dc.html
Detalhe:
A entidade católica que
administrava os orfanatos era a Congregatio Fratrum Christianorum, CFC, Esta
congregação não tem padres, são
todos religiosos leigos (nenhum clérigo) com os três votos. Isso também
desmascarou o odioso site “Causa Operária online”, do link: http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=14548 que ainda calunia descaradamente: “Padres da Igreja
Católica abusaram sexualmente de mais de 12 mil crianças na Irlanda”
Os orfanatos femininos em sua
maioria eram tocados pelas Irmãs da Misericórdia. Neste caso, não se constatou
nenhum caso de abuso sexual, mas apenas “maus-tratos” como castigos escolares (comum
e legal ás crianças rebeldes de 60 anos atrás e que hoje é tido como “maus
tratos”).
E assim, mais uma vez, fica
provada a desonestidade da imprensa, que vê seus próprios jornalistas honestos
a desmascararem.
Por Fernando Nascimento