O perito historiador Dr. Paul F.
Crawford do Departamento de História e Ciências Políticas da Universidade de
Pensilvânia (Estados Unidos), desmente quatro mitos anti-católicos sobre as
Cruzadas, como por exemplo que os participantes teriam se fartado de riquezas
quando na verdade aconteceu é que muitos terminaram na ruína financeira.
O investigador das Cruzadas
assinala em um artigo publicado em abril deste ano que com freqüência "as
cruzada são mostradas como um episódio deploravelmente violento no qual
libertinos ocidentais, que não tinham sido provocados, assassinavam e roubavam
muçulmanos sofisticados e amantes da paz, deixando padrões de opressão escandalosa
que se repetiriam na história subseqüente".
"Em muitos lugares da
civilização ocidental atual, esta perspectiva é muito comum e demasiado óbvia
para ser rebatida", prossegue.
Entretanto, precisa o perito
autor do livro "The Templar of Tyre", a "unanimidade não é
garantia de precisão. O que todo mundo ‘sabe’ sobre as cruzadas poderia, de
fato, não ser certo".
Seguidamente rebate, um por um,
quatro mitos que terminam por mostrar algo que, em realidade, não foram as
Cruzadas.
Primeiro mito: "as cruzadas
representaram um ataque não provocado de cristãos ocidentais contra o mundo
muçulmano"
Crawford assinala que "nada
poderia estar mais longe da verdade, e inclusive uma revisão cronológica
esclareceria isso. No ano 632, Egito, Palestina, Síria, Ásia Menor, o norte da
África, Espanha, França, Itália e as ilhas da Sicilia, Sardenha e Córsega eram
todos territórios cristãos. Dentro dos limites do Império Romano, que ainda era
completamente funcional no Mediterrâneo oriental, o cristianismo ortodoxo era a
religião oficial e claramente majoritária".
Por volta do ano 732, um século
depois, os cristãos tinham perdido a maioria desses territórios e "as
comunidades cristãs da Arábia foram destruídas completamente em ou pouco tempo
depois do ano 633, quando os judeus e os cristãos de igual maneira foram
expulsos da península. Aqueles na Pérsia estiveram sob severa pressão. Dois
terços do território que tinha sido do mundo cristão eram agora regidos por
muçulmanos".
O que aconteceu, explica o
perito, a maioria das pessoas sabem mas só lembra quando "recebem um pouco
de precisão": "A resposta é o avanço do Islã. Cada uma das regiões
mencionadas foi tomada, no transcurso de cem anos, do controle cristão por meio
da violência, através de campanhas militares deliberadamente desenhadas para
expandir o território muçulmano a custa de seus vizinhos. Mas isto não deu por
concluído o programa de conquistas do Islã".
Os ataques muçulmanos contra os
cristãos seguiram já não só nessa região mas contra a Europa, especialmente
Itália e França, durante os séculos IX, X e XI, o que fez que os bizantinos, os
cristãos do Império Romano do Oriente, solicitassem ajuda aos Papas. Foi Urbano
II quem enviou as primeiras cruzadas no século XI, depois de muitos anos de ter
recebido o primeiro pedido.
Para o Dr. Crawford, "longe
de não terem sido provocadas, então, as cruzadas realmente representam o
primeiro grande contra-ataque do Ocidente cristão contra os ataques muçulmanos
que se deram continuamente desde o início do Islã até o século XI, e que
seguiram logo quase sem cessar".
Quanto a este primeiro mito, o
perito faz uma singela afirmação para entender um pouco melhor o assunto:
"basta perguntar-se quantas vezes forças cristãs atacaram Meca. A resposta
é obvia: nunca".
Segundo mito: "os cristãos
ocidentais foram às cruzadas porque sua avareza os motivou a saquear os
muçulmanos para ficarem ricos"
"Novamente –explica– não é
verdade". Alguns historiadores como Fred Cazel explicam que "poucos
cruzados tinham suficiente dinheiro para pagar suas obrigações em casa e
manter-se decentemente nas cruzadas".
Desde o começo mesmo, recorda o
Dr. Paul F. Crawford, "as considerações financeiras foram importantes no
planejamento da cruzada. Os primeiros cruzados venderam muitas de suas posses
para financiar suas expedições que geraram uma estendida inflação".
"Embora os seguintes
cruzados levaram esta consideração em conta e começaram a economizar muito
antes de embarcar nesta empresa, o gasto seguia estando muito perto do
proibitivo", acrescenta.
Depois de recordar que o que
alguns estimavam que as Cruzadas iam custar era "uma meta impossível de
ser alcançada", o historiador assinala que "muito poucos se
enriqueceram com as cruzadas, e seus números foram diminuídos sobremaneira pelos
que empobreceram. Muitos na idade Média eram muito conscientes disso e não
consideraram as cruzadas como uma maneira de melhorar sua situação
financeira".
Terceiro mito: "os cruzados
foram um bloco cínico que em realidade não acreditava nem em sua própria
propaganda religiosa, senão que tinham outros motivos mais materiais"
Este, assinala o perito
historiador em seu artigo, "foi um argumento muito popular, ao menos desde
Voltaire. Parece acreditável e inclusive obrigatório para gente moderna,
dominada pela perspectiva do mundo materialista".
Com uma taxa de mortes que
chegava perto de 75 por cento dos que partiam, com uma expectativa de voltar
financeiramente quebrado e não poder sobreviver, como foi que a predicação
funcionou de tal forma que mais pessoas se unissem?, questiona o historiador.
Crawford responde explicando que
"as cruzada eram apelantes precisamente porque era uma tarefa dura e
conhecida, e porque empreender uma cruzada pelos motivos corretos era entendido
como uma penitência aceitável pelo pecado. Longe de ser uma empresa
materialista, a cruzada não era prática em termos mundanos, mas valiosa para a
alma".
"A cruzada era o exemplo
quase supremo desse sofrimento complicado, e por isso era uma penitência ideal
e muito completa", acrescenta.
O historiador indica logo que
"com o complicado que pode ser para que as pessoas na atualidade
acreditem, a evidência sugere fortemente que a maioria dos cruzados estavam
motivados pelo desejo de agradar a Deus, expiar seus pecados e colocar suas
vidas ao serviço do ‘próximo’, entendido no sentido cristão".
Quarto mito: "os cruzados
ensinaram aos muçulmanos a odiar e atacar a cristãos"
Outra vez, esclarece Paul
Crawford, que nada está mais afastado da verdade. O historiador assinala que
"até muito recentemente, os muçulmanos recordavam as cruzadas como uma
instância na que tinham derrotado um insignificante ataque ocidental
cristão".
A primeira história muçulmana
sobre as cruzadas não apareceu senão até 1899. Por isso então, o mundo
muçulmano estava redescobrindo as cruzadas, "mas o fazia com um giro
aprendido dos ocidentais".
"Ao mesmo tempo, o
nacionalismo começou a enraizar-se no mundo muçulmano. Os nacionalistas árabes
tomaram emprestada a idéia de uma longa campanha européia contra eles da escola
européia antiga de pensamento, sem considerar o fato de que constituía
realmente uma má representação das cruzadas, e usando este entendimento
distorcido como uma forma para gerar apoio para suas próprias agendas".
Então, precisa o Dr. Crawford,
"não foram as cruzadas as que ensinaram o Islã a atacar e odiar os
cristãos. Os fatos estão muito longe disso. Essas atividades tinham precedido
as cruzadas por muito tempo, e nos conduzem até à origem do Islã. Em vez disso,
foi o Ocidente quem ensinou o Islã a odiar as Cruzadas. A ironia é grande".
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Comentário do Blog Fimdafarsa:
Voltaire, citado pelo perito,
como um dos autores destes embustes contra os cavaleiros templários, mais tarde converteu-se ao catolicismo e hoje jaz sepultado dentro de uma igreja católica
para desconhecimento de muitos que ainda hoje amam suas antigas mentiras contra
a Igreja. Dizia Voltaire quando era um livre pensador anti católico: “Mentez, mentez toujours, il en restera
quelque chose“, ou seja, “minta, minta sempre, alguma coisa ficará”.
Voltaire foi o pior inimigo que teve o cristianismo naquele século XVIII, em que emitia
críticas cruéis. Com os anos crescia seu ódio ao cristianismo e a Igreja. Era
nele uma obsessão. Cada noite cria haver afastado a infâmia e cada manhã sentia
a necessidade de voltar a declarar: “o
Evangelho só havia trazido desgraças sobre a Terra”, dizia. Manejou como
ninguém a ironia e o sarcasmo em seus inúmeros escritos, chegando até o
inominável e o degradante.
Pois bem, no número de abril de
1778 da revista francesa Correspondance Littérairer, Philosophique et Critique,
tomo XII (páginas 87-88), se encontra nada menos que a cópia da conversão de M.
Voltaire que literalmente diz assim:
“Eu, o que escreve, declaro que havendo sofrido um vômito de sangue faz
quatro dias, na idade de oitenta e quatro anos e não havendo podido ir a
igreja, o pároco de São Suplício quis de bom grado me enviar a M. Gautier,
sacerdote. Eu me confessei com ele, se Deus me perdoava, morro na santa
religião católica em que nasci esperando a misericórdia divina que se dignará a
perdoar todas minhas faltas, e que se tenho escandalizado a Igreja, peço perdão
a Deus e a ela.
Assinado: Voltaire, 2 de março de 1778 na casa do marqués de Villete,
na presença do senhor abade Mignot, meu sobrinho e do senhor marqués de
Villevielle. Meu amigo”.
Infelizmente, o protestantismo
continua lançando textos caluniosos onde coloca os católicos como agressores,
para incitar o ódio muçulmano contra os cristãos católicos, vitimas de fato de
toda esta falsidade anti-histórica.
Os justos católicos que há
novecentos anos libertaram Jerusalém da invasão muçulmana que queria banir o
cristianismo da face da terra, considerariam estúpidos os que lhes tivessem
dito que davam cumprimento aquilo que seria chamado de “cruzada". Para
eles, era “iter”, “peregrinatio”, “succursus”, “passagium”.
“Cruzada”, é um termo
propagandista anti-católico, criado só no séc. dezoito, pelos inimigos da
Igreja, para inventar “exército sangrento” para a Igreja. O mal intencionado
cinema americano vez por outra faz o resto do trabalho sujo. (Fernando Nascimento)