domingo, 26 de julho de 2020

EM DEFESA DA VIRGEM (OU: RÉPLICA DEVASTADORA AO THIAGO DUTRA)



Meus irmãos católicos
Salve Maria Santíssima!
Ad verecundiam"!
O bom e velho "apelo à autoridade"!
O que, diga-se de passagem - não me pareceu muito claro, não!
"Ad verecundiam" por quê ?
Ora, a fé católica na virgindade perpétua da Virgem Maria NADA TEM A VER com a falácia lógica conhecida como "ad verecundiam", porque esta supõe a incompetência teórica da autoridade citada.
Quando o Thiago Dutra, por exemplo, afirma que o "ad verecundiam" se dá (versal minha):
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"Quando a conclusão do argumento se baseia exclusivamente na CREDIBILIDADE do autor da proposição e não nas razões que ele apresentou para sustentá-la...
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....ESTÁ ERRADO!
"CREDIBILIDADE", não!
"AUTORIDADE RELACIONADA À PROPOSIÇÃO", sim!
De maneira que "ad verecudiam" seria fazer, por exemplo, apologia de um motor de caminhão baseado nas palavras de Tiririca, ou avaliar um livro de Stephen Hawking apoiado no parecer de Roberto Carlos!
Porque Tiririca e Roberto Carlos podem ter (e certamente têm) "CREDIBILIDADE", mas " NÃO TÊM AUTORIDADE ALGUMA RELACIONADA À MOTORES DE CAMINHÃO E À FÍSICA TEÓRICA.
Eles NÃO ENTENDEM PATAVINAS DE TAIS ASSUNTOS.
São famosos, têm credibilidade, MAS... NÃO "SÃO DO RAMO"...
E confirma o que acabo de dizer o http://sofos.wikidot.com/argumentum-ad-verecundiam (versais minhas):
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"O Argumentum ad Verecundiam ou Falácia da Autoridade pretende sustentar uma tese FAZENDO UNICAMENTE APELO A UMA PERSONALIDADE DE RECONHECIDO MÉRITO, MAS CUJO SABER OU COMPETÊNCIA É IRRELEVANTE PARA O TEMA EM DISCUSSÃO.
Exemplo: É falacioso defender a marca de um determinado combustível, afirmando que um futebolista X usa essa marca."
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Muito bem!
Pois é esse o título de um artigo do molecote do Thiago Dutra, onde ele nega, com um amontoado de "argumentos" ultrapassados, a virgindade perpétua de Nossa Senhora.
"Ad verecundiam"!!!
Só pode ser brincadeira!
Mas não é, não!
A verdade é que esse pirralho quer "se sair bem na fita", empregando termos latinos pouco usuais, para tentar nos convencer a todos de que é um intelectual e conhecedor da teologia, mormente da doutrina católica.
Coisa nenhuma!
Esse sujeito, que enche a boca suja dele com "ad verecundiam", PASSA O ARTIGO INTEIRO CITANDO AUTORIDADES!
Autoridades perfeitamente capazes abordar a temática, como tem de ser.
E como faz, com toda a lisura, a apologia católica.
"Ad verecundiam" uma pinoia!
Então porque raios essa criança papuda vem nos criticar alegando que nos servimos do "ad verecundiam" ?
OU ESTARIA O THIAGO DUTRA NOS PROPONDO (LEIGO QUE É) QUE PRETENDE FUNDAMENTAR A SUA "DISSERTAÇÃO" FUNDADO NO PARECER DAS ANTIGAS AUTORIDADES DO CRISTIANISMO PRIMITIVO ???
Se for isso, evitarei as gargalhadas, que talvez seja contagioso...
Mas também não é isso, não!
Para ele, quem faz uso a referida falácia, na verdade, somos nós, católicos!
Ninguém ria!
De vírus já basta o corona...
Como quer que seja, o Dutra já começa escorregando no título da "dissertação".
Imaginem o estante dela....
Vamos lá, então.
O nosso "exegeta" começa tratando de um "falso predicado" concedido a Maria:
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"E como estamos dedicando essa parte do fascículo à mariolatria católica, vamos aos outros predicados falsamente dados a ela, como: Aeiparthenos – Sempre Virgem"
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Ou seja, como diz ainda o Dutra:
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"Aqui estamos mais uma vez, falando do conhecido dogma da perpétua virgindade de Maria."
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Sim!
Estamos!
Lamentável apenas é a DISTORÇÃO VERGONHOSA que você faz dos fatos, Thiago Dutra!

Assim, você diz (versais minhas):
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"Os católicos romanos, assim como alguns bispos da igreja antiga, defendem que Maria, MILAGROSAMENTE PERMANECEU VIRGEM ANTES, durante, e depois do nascimento de Jesus, e nunca teve relações sexuais com seu marido, José."
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Ora, mas desde quando uma jovem permanecer virgem ANTES do casamento, constitui algum " milagre" ?
Aprenda a usar os termos, rapaz!
Milagre é uma jovem DAR A LUZ sem perder a virgindade!
Como é igualmente milagre uma jovem CONCEBER SEM O CONCURSO DE VARÃO!
Nós, católicos, cremos nas duas coisas!
por que você só crê em uma ?
Porque só uma está na Bíblia ?
É isso ?
E quem determinou essa "regra" de que, não estando explicitamente referido na Bíblia, o que cremos deve ser rejeitado como falso ???
Quem estabeleceu um tal "princípio" ?
Você ?
Espero, aqui, que não apele para a "razão" humana porque, se o fizer, nesse caso, terá que ser coerente e fazê-lo em TODOS os portentos narrados pelos textos santos.
Porque "razão" é razão, com ou sem Bíblia.
E a maravilha vem agora, saída da sua própria pena, quando reconhece que Santo Agostinho DEFENDIA a perpétua virgindade de Nossa Senhora (versais minhas):
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" Um dos vultos QUE DEFENDIA ISSO ERA AGOSTINHO DE HIPONA, A MAIOR VOZ DA SUA ÉPOCA, sendo um dos patrísticos mais reconhecidos e citados. "
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E alguns trechos do doutor de Hipona, retiro mesmo da "dissertação" do Thiago Dutra (versais minhas):
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"Virgem que concebe, virgem que dá à luz, virgem grávida, virgem que traz o feto, VIRGEM PERPÉTUA" (Sermão CLXXXVI, 1, 1)
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E ainda:
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“Concebeu-O [a Cristo Jesus] sem concupiscência, uma Virgem; como Virgem deu-lhe à luz, VIRGEM PERMANECEU” (Sermão sobre a Ressurreição de Cristo, segundo São Marcos, PL XXXVIII, 1104-1107)."
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Que beleza!
Que maravilha!
"A MAIOR VOZ DE SUA ÉPOCA" [É O DUTRA QUEM DIZ] CRIA E DEFENDIA A VIRGINDADE PERPÉTUA DA MÃE DE DEUS!!
"A MAIOR VOZ DE SUA ÉPOCA" ?
Mas será meramente isso ?
Não!
O MAIOR DOS PAIS DA IGREJA!
Fica melhor.
Porque tal o define com maior precisão.
Como nos faz ver o Pr. Alderi Matos, de quem deixo, aqui, alguns poucos dados biográficos:
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"Alderi Matos é Professor de História da Igreja, Coordenador da área de Teologia Histórica do Centro de Pós Graduação Adrews Jumper (CPAJ). Graduou-se em teologia pelo Seminário Presbiteriano de Campinas (1974), sendo também bacharel em Filosofia pela Universidade Católica do Paraná (1979) e em Direito pela Escola de Direito de Curitiba (1983). Após vários anos de ministério no Paraná, fez seu mestrado em Novo Testamento (S.T.M.) na Andover Newton Theological School , em Newton Centre, Massashusetts, EUA (1988) e seu doutorado em História da Igreja na Boston University School of Theology (1996). Em 1997, o Dr. Alderi veio trabalhar no CPAJ, onde também atua como co-editor da revista teológica Fides Reformata. É escritor e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana Ebénezer de São Paulo e articulista conhecido em diversos periódicos acadêmicos e populares." (aqui:https://ministeriofiel.com.br/autor/alderi-matos/)
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Pois bem, sobre S. Agostinho, diz o "irmão" protestante do Thiago Dutra: (versais minhas):
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"Na mesma época em que se desenrolavam na igreja grega ou oriental as controvérsias cristológicas, viveu no Ocidente aquele que seria considerado O MAIOR DOS PAIS DA IGREJA – Aurélio Agostinho. " (aqui:https://ministeriofiel.com.br/…/a-vida-e-o-ministerio-de-a…/)
Que belíssima companhia!
Mas não é a única, não!
NENHUM dos Pais VERDADEIRAMENTE ORTODOXOS , em que pesem as ponderações do Dutra (que, a seu tempo, veremos) afirmou ter Maria gerado outros filhos
Então dizemos que a companhia (incomparável!) de S. Agostinho não nos é a única companhia, como garante-nos o Dr. C.I. Gonzalez (versais minhas):
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"O fato de que Maria não tenha tido outros filhos além de Jesus, mas que se tenha consagrado inteiramente à obra de seu filho, É UM DADO NO QUAL ENCONTRAMOS ABSOLUTA UNANIMIDADE ENTRE OS PADRES DA IGREJA..." (Maria, Evangelizada e Evangelizadora, Loyola, 1990, p. 179).
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Confirma-o B. Bartmann (versais minhas):
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"OS PADRES DEFENDERAM ENERGICAMENTE TAMBÉM A VIRGINDADE PERPÉTUA DE MARIA DEPOIS DO NASCIMENTO DE JESUS, os latinos usando a fórmula "Virgo post partum" e os gregos "semper virgo". (Teologia Dogmática, vol. 2, Loyola, 1964, p. 185)".
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E os protestantes, os "nascidos de novo" da época ??? O que será que defendiam ??????????????
O que eles defendiam mesmo, Dutra ? As proposições de Donato ?
E o Dutra é, inclusive, mui generoso com a "catocada"!!!!
É!
DEFENSORES DA VIRGINDADE PERPÉTUA DE MARIA, o herege lembra ainda "Jerônimo, João Cassiano, Cirilo de Jerusalém, Máximo o confessor, entre outros.
O "entre outros" é do Dutra.
E foi ótimo!
Porque há muitos, seu bilolinha!
Deveria ter mencionado Orígenes, Clemente de Alexandria, Hipólito de Roma, Pedro de Alexandria, Atanásio, Hilário de Poitiers, Efrem, Epifânio, Dídimo, o cego, Cirilo de Jerusalém, Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa, Ambrósio, Rufino,Cirilo de Alexandria, Ildefonso de Toledo, João Damasceno e...
Outros...
Muitos outros...
Agora, estou "doidinho" para ver o Thiago Dutra triunfar com Helvídio e Joviniano...
Ou, talvez, com Tertuliano, o montanista!
Que moleque atrevido!
Então esse coitado do Thiago Dutra, completamente desorientado faz, antes de "começar" o que chama de "refutação", uma observação:
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"As raízes do dogma da perpétua virgindade de Maria são encontradas no ambiente pagão da era pós-apostólica quando houve uma forte ênfase no celibato dentro de certas religiões pagãs (como as virgens vestais - sacerdotisas da deusa Vesta - da antiga Roma pagã) e seitas gnósticas que se denominavam “cristãs”. O intercurso sexual, mesmo dentro do casamento, era freqüentemente carregado de suspeita de delito, em virtude da adoção de uma filosofia grega de que tudo que é matéria é essencialmente, aliás, essa linha de pensamento influencia muitas comunidades – eclesiásticas inclusive – até hoje. "
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Ora, esse tipo de discurso é lugar comum na apologética de esquina desses hereges devoradores de folhetos baratos!
Essa suposta "associação" da Santíssima Virgem com práticas associadas a "deusas" do paganismo é uma BALELA, uma LOROTA para engabelar os simples!
Quem muito se utilizou desse tipo "argumento" de papelão foi Ralph Woodrow, em seu livro "BABILÔNIA - A RELIGIÃO DOS MISTÉRIOS", onde, arrimado na obra "AS DUAS BABILÔNIAS", de Alexander Hislop, reportava ao paganismo qualquer coisa relacionada ao Catolicismo.
Mas, felizmente, esse autor SE RETRATOU DAS CALÚNIAS que havia levantado contra a Igreja.
O testemunho dele, que enche de "credibilidade" os termos do Thiago Dutra, acima transcritos, pode ser visto aqui: https://www.veritatis.com.br/escritor-protestante-reconhec…/
Bom lembrar também que Woodrow , para pôr as coisas no devido lugar, escreveu um outro livro, chamado "THE BABYLON CONNECTION ?" ("CONEXÃO BABILÔNIA ?") (podem ver a capa, aqui: https://www.google.com/search…)
Bartmann também desfaz essa vinculação ridícula da virgindade de Maria com o paganismo (versais minhas):
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"Eu me recuso, sem mais, a admitir que, DO PONTO DE VISTA DOGMÁTICO, as antigas religiões tenham exercido influência sobre a religião cristã...Há, sem dúvida, analogias, paralelismos com os nossos dogmas, mas quando são examinados remontando-se às origens, às afirmações das religiões pagãs, convencemo-nos de que É NECESSÁRIA MUITO BOA VONTADE PARA SE NOTAR UMA PARENTELA RELIGIOSA COM NOSSOS ARTIGOS DE FÉ" (Op. cit. p. 181)
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Certamente ninguém ficará admirado se o aprendiz do Elisson Freire trouxer aqui algum livreco de quinta para desmentir o que acabo dizer.
Porque assim como o choro, a pesquisa também é livre...
"...Mesmo que seja da mais baixa qualidade" - como diria o padre João...
Depois da última transcrição, feita acima, do Thiago Dutra, o herege simplesmente NÃO DESENVOLVE, POR UM BOM TEMPO, REFUTAÇÃO ALGUMA AO DOGMA CATÓLICO.
E fica engasgando feito calhambeque.
A "dissertação" dele está aqui e todos podem constatar: https://resistenciaapologetica.blogspot.com/…/ad-verecundia…
Inclusive já a disponibilizei no inicio deste post.
Ele trata do pensamento católico sobre a questão, trazendo algumas "fontes"; discorre sobre a postura dos"reformadores", da qual diz discordar, até chegar a uma passagem de Justino Mártir, que, a seu tempo, veremos.
Antes, porém, uma correção e algumas observações no textinho mequetrefe do herege metido a "galo cego".
Em dado momento, o Dutra afirma, cheio de convicção, que (versais minhas):
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"Foi o Sínodo Laterano de 649 AD que ressaltou PELA PRIMEIRA VEZ, o caráter tríplice da virgindade de Maria..."
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Ou seja, nas palavras do Dutra, a doutrina de que “Maria era uma Virgem antes, durante e após o nascimento de Jesus Cristo” foi "ressaltada" PELA "PRIMEIRA VEZ" no sínodo lateranense em 649 d.C.
Trata-se de uma DESLAVADA M-E-N-T-I-R-A !!!!!!
De fato em Latrão, em 649, o Papa Martinho I disse:
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“Se alguém não confessa de acordo com os santos Padres, propriamente e segundo a verdade, como Mãe de Deus, a santa, sempre virgem e imaculada Maria, por haver concebido, nos últimos tempos, do Espírito Santo e sem concurso viril gerado incorruptivelmente o mesmo Verbo de Deus, especial e verdadeiramente, permanecendo indestruída, ainda depois do parto, sua virgindade, seja condenado”. ------
MAS, DOIS SÉCULOS ANTES DISSO, S. Agostinho já dizia, como vimos PELA PRÓPRIA TRANSCRIÇÃO DO DUTRA que (versais minhas):
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“CONCEBEU-O-O [a Cristo Jesus] sem concupiscência, UMA VIRGEM; COMO VIRGEM DEU-LHE À LUZ, VIRGEM PERMANECEU” (Sermão sobre a Ressurreição de Cristo, segundo São Marcos, PL XXXVIII, 1104-1107)."
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Portanto, nada de Sínodo Laterano, no qual foi "ressaltada" "PELA PRIMEIRA VEZ", um "caráter de triplicidade"
E que história é essa de "ressaltada" ?
Que "familiaridade" com o dogma católico, hein, Dutra!!
Você é um verdadeiro Ratzinger!
"Ressaltada", não, menino!
Não quadra bem!
Vá estudar para não soltar asneiras!
Se quiser dizer que a virgindade perpétua de Maria foi DEFINIDA, diga!
A responsabilidade é sua.
Mas essa "ressaltada" é digna de uma ameba...
No que toca à posição dos seus heróis do século XVI, acerca do tema em questão, ela é, para nós, católicos,
simplesmente deliciosa!
E torna-se ainda mais saborosa, quado me é dado o ensejo de citar aqui, Thiago Dutra, AS SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS:
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"Martinho Lutero (1483-1546), por exemplo, foi fiel à tradição católica, quando escreveu: É um artigo de fé que Maria é Mãe do Senhor, e ainda virgem. . . .Cristo, acreditamos, veio de um útero deixado perfeitamente intacto.”
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"O reformador francês João Calvino (1509-1564) não foi tão liberal em seu louvor de Maria como Martinho Lutero, mas ele não nega a sua perpétua virgindade. A expressão que ele mais comumente usa em referência a Maria é “Santíssima Virgem”
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"O reformador suíço Ulrico Zwinglio (1484-1531), escreveu, sobre a perpétua virgindade de Maria: “Acredito firmemente que Maria, de acordo com as palavras do evangelho, como uma pura virgem trouxe-nos o Filho de Deus e no parto e após o parto manteve-se sempre uma virgem pura e intacta.”
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Magnífico!!!
As "três colunas" da "Igreja" Reformada a cantarem a perpétua virgindade da mãe do Salvador, a exaltar-lhe a pureza, a chamá-la de SANTÍSSIMA (grato, Calvino! E justo!!)
Por que nenhum desses "vasos" de Deus negou a virgindade perpétua da mãe do salvador ?
Hein, Thiago Dutra ?
Eles não liam a Bíblia ?
Pelo que me consta, Lutero "traduziu" uma!
Ou não traduziu ?
Eles não viram lá os tais "irmãos" e "irmãs" de Jesus ?
Eles não consideraram o "até que" com a tão alardeada negativa (que veremos adiante) ?
Eles não viram a palavra "primogênito" estampada em Lucas ?
E por que raios esses "emissários" divinos, continuaram, nesse ponto, "romanistas" ferrenhos ?
Ah! Resquícios do "romanismo" - você dirá.
Sério isso mesmo, Thiago Dutra ??
Andei endo por aí que a "mariologia" de Lutero "evoluiu" e ele abandonou muitos ensinos sobre Maria contrários a Bíblia.
Isso procede, Dutra ?
Quer dizer que Lutero e os demais "enviados" divinos foram todos se libertando, lenta e progressivamente, numa evolução contínua, das mentiras da "Babilônia" e se esqueceram de se libertar dessa ???
E agora você diz, na maior cara dura, que os "baluartes" divinos "eram passíveis de erros", e ainda:
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"NÃO TEMOS OS REFORMADORES COMO REFERÊNCIA, NEM SOMOS OBRIGADOS A CONCORDAR COM TUDO O QUE ELES AFIRMAM SÓ PORQUE É UM REFORMADOR QUEM DISSE ISSO!!! A NOSSA REFERÊNCIA É CRISTO, E AS ESCRITURA"
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Que comovente!
Não é mesmo para nos deixar os olhos marejados ?
Deixe de ser cretino, seu herege!
Vocês existem, hoje, POR CAUSA DOS "REFORMADORES"!
Grande parte de suas crenças remontam (direta ou indiretamente) AOS REFORMADORES!
Todos os anos, VOCÊS COMEMORAM A "REFORMA", COMO SE ELA FOSSE UMA INTERVENÇÃO DIVINA NA TERRA!
E agora, quando aqueles "comissionados" pelo Altíssimo abrem a boca para concordar com Roma, então você diz, COMO ESTÁ NA SUA "DISSERTAÇÃO":
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"Não concordamos..."
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Ora, já "não concorda" tarde!
Estou me lixando!
Mas que a sua absoluta INCOERÊNCIA é notória, lá isso é...
Que você é um CONTRADITÓRIO de carteirinha, lá isso é!

GRAÇAS AO LIXO CHAMADO LIVRE EXAME!!
E o pior é que vocês "discordam" GRATUITAMENTE!
Afinal de contas, QUEM SÃO VOCÊS PARA DEFINIREM A VERACIDADE OU FALSIDADE DO QUE CRIAM AQUELES QUE FORAM OS RESPONSÁVEIS (DIRETA OU INDIRETAMENTE) PELO QUE VOCÊS SÃO HOJE ?
Porque (ou qualquer católico) deveria preferir você à Lutero à Calvino nessa questão sobre Maria ?
A verdade é que eles olharam para trás e viram 1.500 anos de história a atestarem que Maria foi perpetuamente virgem!
Questionaram os Pais da Igreja e as Escrituras.
Atentaram até para para a Igreja Ortodoxa!
E viram que a conclusão não poderia ser outra:
A MÃE DE JESUS É PERPETUAMENTE VIRGEM!
Todavia, você, para não passar tanta vergonha sem o apoio de NENHUM Santo Padre ou autor eclesiástico dignos destes nomes, alega Justino de Roma, em inglês, latim e português;
Reproduzo o seu texto (versais SUAS)
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Veremos agora o que falam alguns dos antigos pais sobre isso:
Rafael Rodrigues em seu artigo
Fala sobre a posição de alguns sobre esse ensino da igreja de Roma, e começa com uma citação de Justino o Mártir, que diz:
"E novamente, como Isaías havia expressamente previsto que Ele nasceria de uma virgem, ele declarou o seguinte: 'Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e seu nome será chamado «Deus-conosco»'.. A frase 'Eis que uma virgem conceberá' significa certamente que a virgem iria conceber ser ter relacionamento. Se ela tivesse relacionamento com qualquer um que fosse, ela não poderia ser virgem. Mas o poder de Deus, vindo sobre a Virgem, a encobriu, e a induziu a conceber, EMBORA AINDA PERMANECESSE VIRGEM"
(S. Justino Mártir, "Primeira Apologia", 148-155 dC).
Mas analisando o texto da biblioteca do New Advent, acompanhado do contexto temos isso:
“And hear again how Isaiah in express words foretold that He should be born of a virgin; for he spoke thus:Behold, a virgin shall conceive, and bring forth a son, and they shall say for His name, 'God with us.' Isaiah 7:14 For things which were incredible and seemed impossible with men, these God predicted by the Spirit of prophecyas about to come to pass, in order that, when they came to pass, there might be no unbelief, but faith, because of their prediction. But lest some, not understanding the prophecy now cited, should charge us with the very things we have been laying to the charge of the poets who say that Jupiter went in to women through lust, let us try to explain the words. This, then, Behold, a virgin shall conceive, signifies that a virgin should conceive without intercourse. For if she had had intercourse with any one whatever, she was no longer a virgin; but the power of God having come upon the virgin, overshadowed her, and caused her while yet a virgin to conceive.”
Em Latim, temos:
“Isaias praedixerit se videre quam audire, et expressis verbis de virgine nasceretur ; Sic enim dixit : Ecce virgo concipiet et pariet filium , et vocabunt nomen eius dicere , Nobiscum Deus . Isaiah 7:14 quae inpossibilia sunt apud homines incredibilia videbantur , ea quae de Deo per spiritum prophetiae fieri , ut , cum factum est, ut non sit infidelitatis, sed fides , quia ex earum praedictum . Sed ne forte aliquis , haec autem prophetia non est intellectus , ut nos ipsa obicitis crimen impositis ingressus est ad Iouem , qui poetarum mulieres libidine , experiamur, exponunt . Haec igitur ecce virgo concipiet, quod virgo concepit sine coitu. Nam si illa ulli dormivit cum illa , quod virgo non est ; sed potentia Deo super virgine obumbravit eam et ducam eam adhuc virginem parere .”
Em português:
“E ouvir novamente como Isaías em palavras expressas predisse que Ele deveria nascer de uma virgem ; para ele falou assim: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ela dirá para o seu nome, " Deus conosco ". Isaías 7:14. Porque as coisas que eram incríveis e aos homens pareciam impossíveis, estes Deus predisse pelo Espírito de profecia como prestes a vir a passar, a fim de que , quando chegassem a passar , pode haver nenhuma incredulidade, mas a fé , por causa da sua previsão . Mas, para alguns, não entender a profecia agora citada, deve cobrar -nos com as mesmas coisas que temos vindo a colocam à acusação de que os poetas que dizem que Júpiter entrou para as mulheres através da luxúria , vamos tentar explicar as palavras . Este, então , eis que uma virgem conceberá, significa que uma virgem deve conceber sem relação sexual. Porque, se ela tinha tido relações sexuais com qualquer um que seja, ela não era mais virgem ; mas o poder de Deus que veio em cima da virgem, fez sombra sobre ela , e fez com que ela, enquanto ainda uma virgem concebesse “
Opa, acho que temos uma diferença entre “embora permanecesse virgem”, para “enquanto ainda uma virgem concebesse”. Então das duas uma: Ou Kevin Knight escreveu a referência errada, ou Rafael Rodrigues não escreveu a referência corretamente.
Então quando analisamos o texto e o contexto corretamente, vemos que não é bem da virgindade PERPÉTUA que Justino fala, mas da CONCEPÇÃO VIRGINAL DE MARIA, a qual todos sabemos ser Bíblica – Isaías 7:14, Mateus 1:23."
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Tenho a leve impressão de que esse curioso do Thiago Dutra quis, com a sua "dissertação" meia-boca, ENCHER LINGUIÇA.
Por que no texto em inglês (conforme a "dissertação do Thiago Dutra) temos:
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"...For if she had had intercourse with any one whatever, she was no longer a virgin; but the power of God having come upon the virgin, overshadowed her, and caused her while yet a virgin to conceive.”
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Ora, NO TEXTO DE JUSTINO, tanto "...and caused her while yet a virgin to conceive", em ingles, como " eam adhuc virginem parere,” em latim, transmitem, basicamente, em português, uma só e mesma ideia: A DE ALGUÉM QUE, NO ESTADO DE VIRGINDADE, CONCEBE PELO PODER DE DEUS SEM CONCURSO DE VARÃO, CONCEBE AINDA VIRGEM. E é justamente a referência à profecia de Isaías que corrobora esse entendimento e é a ela que Justino recorre.
O termo "AINDA" ("yet", "adhuc") não implica, de forma alguma, que Maria estaria virgem no momento da concepção mas perderia tal virgindade depois.
Isso, definitivamente, NÃO ESTÁ NO TEXTO e é ridículo.
Quando, portanto, o Dutra ironiza e diz:
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"Opa, acho que temos uma diferença entre “embora permanecesse virgem”, para “enquanto ainda uma virgem concebesse”. Então das duas uma: Ou Kevin Knight escreveu a referência errada, ou Rafael Rodrigues não escreveu a referência corretamente."....
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....Confesso que não entendi!!!
POIS AMBAS AS FORMAS ESTÃO CORRETAS EM SUA TRADUÇÃO E EXPRESSAM SUBSTANCIALMENTE A MESMÍSSIMA COISA.
Em que diferem, substancialmente, ambas ?
Em nada!
Desta forma, o resumo do que disse S. Justino fica claro: DE ACORDO COM A PROFECIA DE ISAÍAS, UMA JOVEM, PELO PODER DE DEUS E DIFERENTE DAS CONCEPÇÕES PAGÃS, CONCEBERÁ VIRGEM, SEM O CONCURSO DE VARÃO, O QUE NÃO PODERIA OCORRER CASO ELA NÃO FOSSE VIRGEM.
NADA ALÉM DISSO!
Ninguém diz ( pelo menos EU não digo) que o texto de S. Justino AFIRMA a virgindade PERPÉTUA de Maria.
Mesmo porque EU NÃO LI TODA A OBRA DELE.
Aliás, você mesmo, Thiago Dutra, o confirma, quando diz (versais SUAS):
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"Então quando analisamos o texto e o contexto corretamente, vemos que não é bem da virgindade PERPÉTUA que Justino fala, mas da CONCEPÇÃO VIRGINAL DE MARIA, a qual todos sabemos ser Bíblica – Isaías 7:14, Mateus 1:23.
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Então por que esse cavalo de batalha TODO sobre S. Justino ?
Não tem mais o que fazer, não ?
Por que não vai aprender grego com o Girafales do Yago Martins ?
Também o Thiago Dutra vem com aquela bobagem da conjunção "heos hou" ("até que"), lembrando, inclusive, muitos exemplos que nós, católicos, costumamos apresentar (Gn 8,7; Dt 34,6;2 Sm 6,23...).
Mas ele faz uma ressalva e, baseado em determinado autor, MENTE!!!
MENTE na maior cara dura!
Diz o herege (versais minhas):
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" o teólogo Jack Lewis assinala: “... no restante do Novo Testamento (Mat. 17:9; 24:39; João 9:19) a palavra até SEGUIDA POR UMA NEGAÇÃO SEMPRE IMPLICA que a ação negada se realizava posteriormente.”
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Falso!
Mil vezes falso!
Completamente falso!
Mais uma patranha desse apologista de beira de esquina.
Acertadamente John P. Meier (versais minhas):
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"A questão [sobre Mt 1,25] torna-se mais difícil quando a oração principal contém uma negativa, porém há casos em
Mateus [12,20] em que a palavra "até" MESMO ASSIM NÃO INDICA UMA MUDANÇA" (Um Judeu Marginal - Repensando
o Jesus Histórico, vol 1, Imago, p. 317).
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Portanto, Dutra, essa conversa mole de "negativa" não cola, não!
Vá tentar engabelar outro!
E mesmo antes de fazer a observação acima, Meier (QUE NÃO DEFENDE A PERPÉTUA VIRGINDADE DE MARIA), observa com propriedade (versais minhas):
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"Assim, qualquer questão sobre a continuada virgindade de Maria após o nascimento de Jesus, vrginitas post partum, realmente não entra na preocupação maior de Mateus. Ela surge apenas em virtude da relação temporal que ele usa para ressaltar a abstinência de José durante a concepção e gestação de Jesus: "Não a conheceu enquanto [heos hou] ela não de à luz um filho...Para quem lê esta afirmação no século XX, em seu próprio idioma, a conclusão natural seria que o casal manteve relações após o nascimento de Jesus. No entanto, O SIGNIFICADO DO TEXTO GREGO (E DE QUALQUER TEXTO HEBRAICO OU ARAMAICO SUBJACENTE) NÃO É TÃO NÍTIDO. Por vezes, tanto no hebraico ('ad) com no grego (heos hou), A CONJUNÇÃO TRADUZIDA POR "ENQUANTO" (OU ATÉ QUE) PODE NÃO IMPLICA QUE OCORRA UMA ALTERAÇÃO DEPOIS DO EVENTO MENCIONADO NA ORAÇÃO INTRODUZIDA
PELA CONJUNÇÃO" (Op. cit., p. 317)."
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E ainda com mais clareza (versais minhas):
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"Assim, considerando Mt 1,25a isoladamente, PODEMOS DIZER QUE NÃO NÃO É FORÇOSO ENTENDER QUE JOSÉ E MARIA MANTIVERAM RELAÇÕES SEXUAIS APÓS OO NASCIMENTO DE JESUS" (Op. cit., p. 317).
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Também Raymond Brown, em conjunto com eruditos católicos e protestantes, é categórico (versais minhas):
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"Antes de abandonarmos o plano da intenção vamos nos deter na declaração de 1,25, onde se nos diz que José não teve relações com Maria ("não a conheceu até que") antes de ela dar à luz a Jesus. Sem dúvida, INTERESSA PRIMARIAMENTE A MATEUS O QUE PRECEDE O NASCIMENTO DE JESUS E COMO SE CUMPRE IS. 7,14, que atribui à virgem a dupla função de conceber e dar à luz um filho. Os vv. 18-22 nos dizem que Maria era virgem quando concebeu por obra do Espírito Santo. O v. 25 nos informa que ela permaneceu virgem até que nasceu Jesus. Então, EM SI MESMO, ESSE VERSÍCULO NADA NOS DIZ SOBRE O QUE ACONTECEU EM TERMOS DE RELAÇÕES MATRIMONIAIS DEPOIS QUE JESUS NASCEU" (Maria no Novo Testamento, Paulinas, 1985, p.98).
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Refrescando a sua memória, herege fanfarrão, repito as palavras de Meier: "ESSE VERSÍCULO [1,25] NADA NOS DIZ SOBRE O QUE ACONTECEU EM TERMOS DE RELAÇÕES MATRIMONIAIS DEPOIS QUE JESUS NASCEU"
Quer mais, pivete metido a apologista ?
Quer ?
Pois engula Joseph Augustine Fitzmyer!
Faço questão de apresentá-lo:
"...foi um sacerdote jesuíta e professor emerito da Universidade Católica da América em Washington, D.C. Ele era especialista em estudos bíblicos, particularmente o Novo Testamento], embora também tenha contribuído para o estudo dos pergaminhos do Mar Morto e da literatura judaica .De 1958 a 1969, Fitzmyer ensinou o Novo Testamento e as línguas bíblicas no Woodstock College. Entre 1969 e 1971, ele ensinou aramaico e hebraico na Universidade de Chicago, posteriormente Novo Testamento e línguas bíblicas na Universidade Fordham (1971-1974), na Weston School of Theology em Cambridge, Massachusetts (1974-1976) e, finalmente, no Departamento de Estudos Bíblicos na Universidade Católica da América (1976-1986) como Professor do Novo Testamento até sua aposentadoria em 1986. Suas publicações cobrem a Escritura, a teologia, a cristologia, a catequese e os Pergaminhs do Mar Morto. Ele foi um co-editor do The Jerome Biblical Commentary e também atuou como presidente da Catholic Biblical Association of America (1969-1970), da Society of Biblical Literature (1979) e do Studiorum Novi Testamenti Societas (1992- 1993). Fitzmyer foi palestrante da Universidade de Oxfrod em 1974-1975, em 1984 foi o ganhador da Medalha de Burkitt da Academia Britânica e serviu na Pontifícia Comissão Bíblica de 1984 a 1995."
Pena que o seu "currículo", Thiago Dutra, seja melhor que o dele, não é mesmo ?
Mas, isso é de menos!
Vejamos o que ele tem a dizer sobre Mt 1,25, com a sua tão querida conjunção grega , que certamente ele conhecia muito bem (versais minhas):
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"Mt 1,25 deve ser interpretado com cuidado: [José] não a conheceu até quando...muitas vezes pensou-se que esse versículo significava que a virgindade de Maria foi preservada até o nascimento de Jesus (virginitas ante partum), mas que depois dele José teve elações com ela. A análise cuidadosa da passagem (vv. 18-25) , entretanto, revela que a intenção primordial de Mateus ERA AFIRMAR A AUSÊNCIA DE RELAÇÕES NA ÉPOCA QUE ANTECEDEU O NASCIMENTO DE JESUS...O versículo 25, então, assegura que Maria permaneceu virgem até mesmo quando Jesus nasceu. NÃO DIZ NADA SOBRE RELAÇÕES CONJUGAIS APÓS O NASCIMENTO DE JESUS..." (Catecismo Cristológico - Respostas do Novo Testamento, Loyola, 1997, p.42).
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Não resta, pois, a menor dúvida!
"Heos hou" ("até que"), em Mt 1,25, prova tanto em favor da tese protestante quanto um boneco de neve prova a existência de Papai Noel!
Mas, percebam que venho tratando a passagem de S. Mateus (1,25) DO MODO COMO COSTUMAM APRESENTÁ-LA OS PROTESTANTES (E TAMBÉM ALGUNS CATÓLICOS):
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"E [José] não a CONHECEU"
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"CONHECEU"!!!
Em nossa língua portuguesa, temos o pretérito perfeito do indicativo.
Que AINDA ASSIM não prova migalha de coisa nenhuma em favor da heterodoxia herética do protestantismo.!
Mas não é bem assim, não!
Porque o texto grego traz o vocábulo "ἐγίνωσκεν" ("eguinósken"), que significa "CONHECIA" e não "CONHECEU", como diz com muita pertinência o Pe. Rafael Augusto Linhares Pinto (versal minha):
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"O texto grego traz a palavra eguinósken, que significa CONHECIA" (Compêndio de Mariologia, Cultor de Livros, 2018, p.264).
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"CONHECIA"!
Ver ainda: "NOVO TESTAMENTO INTERLINEAR ANALÍTICO, GREGO/PORTUGUÊS, ORGS: PAULO
SÉRGIO GOMES E ODAYR OLIVETTI, CULTURA CRISTÃ, 2008.
Também segundo J.B. Bauer:
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"...a tradução "e ele não a conheceu até que deu à luz um filho" é totalmente deficiente do ponto de vista filológico" (Dicionário de Teologia Bíblica, vol 1, Loyola, p. 547)
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E então propõe a tradução:
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"E embora não a tivesse conhecido, ela lhe deu à luz um filho" (Op. cit., p.547)
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E este particular reforça admiravelmente a opção "CONHECIA' (porque a endossa claramente) e confirma a tese católica, porquanto implica a passividade de José diante do estado extraordinário de sua esposa.
Justificando, também, admiravelmente, a proposta do Evangelista, que é a de realçar o cumprimento da profecia de Isaías em 7,14.
Ou seja:
MARIA DEUS À LUZ UM FILHO SEM QUE JOSÉ A CONHECESSE!
ELE NÃO A CONHECIA E ELA, ASSIM MESMO, DEU À LUZ UM FILHO!
Bauer está coberto de razão!
E com ele, Bíblias de renome, como a mundialmente conhecida e reconhecida Bíblia de Navarra, CONSIDERADA UMA DAS MELHORES TRADUÇÕES DO MUNDO, que assim traz a passagem (versais minhas):
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"E José, despertando do sono, fez como lhe ordenara o anjo o anjo
do Senhor e recebeu a sua esposa; A QUAL, SEM ELE A CONHECER, deu à luz um filho, e ele pôs-Lhe o nome de Jesus" (Edições Theologica, Braga, 1985)
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Daqui não há fugir!
O "até que" do Thiago Dutra não passa de uma quimera protestante que nos faz rir até quase sufocar...
Depois de S. Justino, o herege do Thiago Dutra passa a considerar o pensamento de S. Irineu e, depois de
citar um trecho do Adversus haerees (L. 5, 19,1), "argumenta"
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"Alguém pode me explicar onde Irineu de Lyon está falando de perpétua virgindade aqui? Ele apenas está fazendo uma analogia sobre Eva e Maria, sobre como a obediência de uma, aboliu a transgressão da outra, não tem nada a ver com perpétua virgindade aqui."
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Como é, Dutra ?
Ora, uma virgindade PERPÉTUA de Maria (inclusa a "post partum", óbvio) não a encontrei na obra de S; Irineu (o que não significa que não esteja lá, pois como já frisei, não li tudo do santo).
Mas Luigi Padovese, por exemplo, parece sugerir isso (Cf. Introdução à Teologia Patrística, Loyola, 1999, pp. 112-113).
Como quer que seja, a virgindade de Maria "IN PARTUM", Irineu a supõe sem dificuldades (versais minhas):
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"E também, com relação ao seu nascimento, o mesmo profeta diz em outra parte: “Antes que gere a que está em dores e antes que cheguem as dores do parto, dará à luz um menino” (Is. 66,7). Assim, deu a conhecer o inesperado e inaudito de seu nascimento a partir de uma Virgem. O mesmo profeta diz também: “Um filho nos nasceu, um menino nos foi dado; e recebeu o nome ‘Admirável Conselheiro’, ‘Deus Forte’” (Demonstração da pregação apostólica, 54)"
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Autores como Aldama , D. Unger, , D. Férnandez, H. A. Genevois, E. Dublanchy...defendem positivamente a ideia de que S. Irineu cria, sim, na virgindade de Maria "IN PARTUM".
Você pode ver tudo isso, Dutra, no artigo do Nelson Sarmento, do "APOLOGISTAS CATÓLICOS" que nos dá inclusive uma bela lição sobre a importância do "Protoevangelho de Tiago", do qual você tenta retirar TODO o valor enquanto documento histórico do primitivo cristianismo, reduzindo-o a um arsenal de mentiras.(ver o artigo aqui https://www.apologistascatolicos.com.br/…/951-a-virgindade-…)
Thiago Dutra: Você é RIDÍCULO!!!!
Bem, Depois de todo esse amontoado de sofismas do Dutra, que acabamos de ver, o infeliz entra nos surrados e enferrujados "argumentos" protestantes fundados nos termos "PRIMOGÊNITO" ("πρωτότοκος", "prototokos") e "UNIGÊNITO" (" μονογενής", "monogenes").
E então começa a latumia!
O mesmo blá blá blá!
Irritante feito zumbido de muriçoca!
Haja paciência!
Com um pensamento anacrônico tacanho, esse curioso do Thiago Dutra tenta armar a sua tese servindo-se de conceitos conforme estes se apresentam no nosso tempo, com nuances características do nosso tempo!
Tanto que, para definir "PRIMOGÊNITO", esse coitado vai recorrer ao...."DICIONÁRIO LAROUSSE":
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"Vamos agora a uma pequena consulta ao dicionário. E de acordo com o Dicionário Larousse..." -- ele diz.
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Isso só pode ser piada!
O Dutra parece que esqueceu (ou não sabe mesmo) que estamos diante de um termo originalmente GREGO a ser analisado dentro de uma cultura QUE NÃO É A NOSSA e que está toda impregnada de elementos rituais judaicos!
"DICIONÁRIO LAROUSSE!
E essa criança acha que é capaz de topar comigo em hangout!!!
Mas devo reconhecer que DEPOIS ele passa (sem querer, é certo) a considerar o temo conforme as línguas bíblicas.
E, para quê ?
Para concluir esta ABERRAÇÃO (versais do herege):
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"Primogênito em hebraico é B’EEKOWR, e em grego é PROTOTOKOS, que entre outras coisas quer dizer O PRIMEIRO A SER GERADO, portanto isso significa que vieram outros depois dele..."
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Em outras palavras, o Thiago Dutra está repetindo a MONSTRUOSIDADE proposta pelo xeleléu dele, o Valdecir Tomaz: NÃO HÁ PRIMEIRO SEM SEGUNDO!
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"... isso significa que vieram outros depois dele..."
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NÃO SIGNIFICA NÃO, SEU IGNORANTE!
Porque TODO judeu recém-nascido do sexo masculino era considerado e chamado de "PRIMOGÊNITO"!
Viessem ou não irmãos posteriores.
Para os judeus, como bem lembrou S. Jerônimo, "PRIMOGÊNITO" é o filho ANTES DO QUAL NÃO HOUVE NENHUM e não o
filho DEPOIS DO QUAL VIERAM OUTROS.
Isso em vista das implicações legais derivadas de uma tal condição.
Se conforme o seu "brilhante" raciocínio, Thiago Dutra, a condição de primogênito, de Cristo, "significa que vieram outros depois
dele", então TODOS OS PRIMOGÊNITOS DE ISRAEL TIVERAM IRMÃOS UTERINOS!
Com efeito, por que "só vieram outros" depois do nascimento de Cristo ?
João Batista (apenas para exemplificar) não era, por acaso, o "PRIMOGÊNITO" de Isabel e Zacarias ??
Quantos "outros vieram" depois dele ?
Quantos "irmãos" ele teve ?
Quantas "irmãs" ?
E, além de João Batista, quantos primogênitos existiam e QUE ERAM, AO MESMO TEMPO, UNIGÊNITOS, EM ISRAEL ?
Nenhum ?
Hein, Dutra ?
Alegar que S. Lucas poderia (ou até mesmo deveria) usar unigênito, se Jesus fosse filho único, porque escreveu décadas depois do nascimento em Belém, é um SOFISMA!
E sofisma barato!
PORQUE ARRAIGADO NO RITUALISMO JUDAICO ADVINDO DE SÉCULOS (SÉCULOS!), o termo "PRIMOGÊNITO" para designar o primeiro filho, INDEPENDENTEMENTE DO TEMPO DA ÉPOCA DO NASCIMENTO DESTE, era perfeitamente natural.
Naturalíssimo!
E, repito: SENDO TAL FILHO ÚNICO OU NÃO.
Como diz Broadus (versais minhas):
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"De semelhante modo a dedicação do filho PRIMOGÊNITO...dá uma espécie de SENTIDO TÉCNICO ao termo PRIMOGÊNITO, QUE PODE SER APLICADO A UM ÚNICO FILHO" (Comentário de Mateus, Vol. 1, Casa Publicadora Batista, 1942, p.63).
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O PRÓPRIO SALVADOR É "PRIMOGÊNITO" E "UNIGÊNITO" do Pai a um só tempo: (versais minhas):
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"E outra vez, quando introduz no mundo o PRIMOGÊNITO ["πρωτότοκον"], diz:E todos os anjos de Deus o adorem." (Hb 1,6).
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"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho UNIGÊNITO [" μονογενῆ"] , para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."
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E então, Thiago Dutra ?
Cristo é o "PRIMOGÊNITO" ou o "UNIGÊNITO" do Pai ???
Ou é as duas coisas ?
E se Ele é (e é!) as duas coisas, porque Jesus não pode ser igualmente em relação à Maria ?
Bater em você chega a ser enfadonho!
Mas, fazer o quê!
E, como não poderia deixar de ser, eis que me deparo com o batido e enferrujado argumento baseado no grego "αδελφος" ("adelphos").
Nos léxicos,significa, primariamente, "irmão".
E "irmão de sangue"!
PRIMARIAMENTE!
Só que NEM SEMPRE era assim, COMO O PRÓPRIO DUTRA FEZ VER em sua dissertação medíocre.
Porque nem o hebraico, nem o aramaico, possuíam termos específicos para designar outros graus de parentesco.
Mas acontece que o Novo Testamento foi escrito em grego e, em grego, havia termos apropriados para designar "parentes".
"ανεψιος " ("anepsios"), por exemplo, significa "primo", como em Cl 4,10.
" συγγενής" ("suggenes") signfica "parente", como em Lc 1,36.
E agora ?
Ora (E ISTO É DE GRANDE IMPORTÂNCIA!) o emprego desses vocábulos gregos foi feito por autores profundamente influenciados por uma mentalidade semita e que, assim, , poderiam retornar ao uso consagrado do próprio idioma de origem e desconsiderar, vez ou outra, as possibilidades do koiné.
Por isso, REFERINDO-SE AO TERMO "αδελφος" ("adelphos"), diz o mundialmente consagrado "DICIONÁRIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO" (versais minhas):
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""Adelphos é uma palavra composta de delphys, "útero", com o copulativo 'a', e, assim, alguém que nasceu do mesmo útero...Originalmente, empregava-se para irmão no sentido físico..MESMO ASSIM, VEIO A SIGNIFICAR TODOS OS PARENTES PRÓXIMOS, e.g. "sobrinho", "cunhado", etc...No NT, adelphos significa, literalmente, "irmão", e adelphe significa irmã. FREQUENTEMENTE, porém, É IMPOSSÍVEL ESTABELECER SE ESTAS PALAVRAS REPRESENTAM OUTRO PARENTESCO PRÓXIMO..." (Lothar Coenen / Colin Brown, Vida Nova. 2000, Vol 1, pp. 1401-1402 ).
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Está claro, Dutra ?
Não obstante as "opções" gregas, "É IMPOSSÍVEL ESTABELECER SE ESTAS PALAVRAS ["Adelphos" e "adelphe"] REPRESENTAM OUTRO PARENTESCO PRÓXIMO..."!!!!!!!
É!
Parece que "Adelphos" e "adelphe" não são nada decisivos para se estabelecer que José e Maria tiveram filhas e filhas.
Mas se tais palavras gregas, em si mesmas, não provam coisa nenhuma, há evidências bíblicas interessantes da virgindade perpétua de Nossa Senhora.
Senão vejamos.
ADMITINDO DESDE JÁ QUE O "ARGUMENTUM EX SILENTIO", VIA D REGRA NÃO PROVA CABALMENTE COISA NENHUMA convém entretanto, ressaltar que, algumas vezes, ele nos induz a determinadas ilações plausíveis e até mesmo prováveis.
Assim, consideremos a infância de Jesus.
Dos quatro evangelistas, apenas Mateus e Lucas trazem alguma coisa sobre a infância de Jesus.
O primeiro conta da visita dos magos (2,1-12), da fuga para o Egito (2,13-15) e do estabelecimento em Nazaré (2,19-23).
Lucas, de sua parte, além do nascimento (2,6-7) refere a visita dos pastores (2,16-18) e a apresentação no Templo (2,22-23), estendendo o seu relato até o episódio de Jesus entre os doutores, em Jerusalém (2,41-51).
Ora, nenhum destes evangelistas menciona, quando tratam da infância do Senhor, outros filhos de José e Maria.
Muito pelo contrário!
Da narrativa mateana, infere-se que na ocasião da matança das criancinhas em Belém, por ordem de Herodes Magno, Jesus tinha já cerca de dois anos (Cf. Mt 2,16-17).
Morto o tirano, o anjo de Iavé manifesta-se em sonho a José, no Egito, e lhe diz (versais minhas):
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"Levanta-te, toma O MENINO E SUA MÃE e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do menino" (2,20)
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PASSADOS, ENTÃO, PELO MENOS DOIS ANOS DESDE O SEU NASCIMENTO, JESUS ERA AINDA FILHO ÚNICO.
Porque, dirigindo-se a José, o mensageiro celeste menciona apenas "O MENINO E SUA MÃE".
Sobre a existência de outras crianças, o anjo não diz uma palavra.
A partir das indicações de Lucas chega-se, sem dificuldades, à conclusão de que, AOS DOZE ANOS, CONTINUAVA JESUS FILHO ÚNICO DO CASAL DE NAZARÉ:
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"Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem. Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos. Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura dele. Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas. Quando eles o viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-lhe: Meu filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição. Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai? Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera. Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens." (2,41-52)
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Uma análise cuidadosa da passagem, comprovará que, para o evangelista, a Sagrada Família compunha-se de três pessoas: JOSÉ, MARIA e JESUS.
Com efeito, depois de assinalar que APENAS OS TRÊS "subiram a Jerusalém" (v. 42), Lucas assevera que, sem saber que o menino havia ficado em Jerusalém, José e Maria retornam para Nazaré (v.43), mas nada diz de outros filhos com eles. Afirma ainda que SOMENTE OS DOIS voltaram à procura de Jesus (v.45) e que SOMENTE ELES no Templo, encontraram Jesus "sentado no meio dos doutores" (v.46). Depois disso, informa que APENAS OS TRÊS partiram para Nazaré (v. 51).
Onde estavam, Thiago Dutra, os "irmãos" e as "irmãs" de Jesus em todos esses momentos ?
Tome a sua Bíblia incompleta e cate, usando o "princípio" da "Sola Scriptura", algum versículo que identifique o lugar onde se encontravam esses meninos e meninas durante os quase 15 dias que abrangiam o compromisso dos seus "pais" com Jerusalém.
"Sola Scriptura", viu?
Assim, NÃO TENDO O SALVADOR NENHUM "IRMÃO" OU "IRMÃ" ATÉ OS DOZE ANOS, como se depreende das considerações acima, é razoável crermos que não os teve depois. Por que só doze anos após o nascimento de Jesus, resolveria sua mãe ter outros filhos ?
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Hein, Dutra?
E essa conversa mole de que "Tiago, José, Simão e Judas" (Mt 13,55-56) eram filhos da Santíssima Virgem (como já dizia Calvino!) é fácil, facílima, de desmontar.
Basta um pouquinho de grego.
Sabe grego, chupetinha?
Pois vamos lá.
Ora, já constatamos (PELOS EXEMPLOS FORNECIDOS PELO PRÓPRIO DUTRA) que o uso hebraico consagrou, com o termo "irmão" (hebraico "ah", aramaico "aha"), não só os filhos de um mesmo casal, mas ainda parentescos os mais diversos.
Era o uso semita!
E tal uso, como também vimos, se faz notar no Novo Testamento, uma vez que, mesmo escrevendo em grego, os autores neotestamentários, influenciados pelo uso oriental, deixaram-no transparecer, chamando de "irmãos" de Jesus a pessoas que, de acordo com a Igreja, eram filhos de outro casal.
Tais são: Tiago, José, Simão e Judas.
As quatro pessoas identificadas, pelos evangelistas, como sendo "irmãos" de Jesus.
Seriam filhos de José e Maria ?
Seriam irmãos uterinos de Jesus ?
Não!
Não eram, não!
Os quatro tinham outros pais.
A comprovação disso, a encontramos no texto grego do Novo Testamento.
Em Mc 6:3, segundo os melhores textos de referência (como o preparado por Westcott e Hort) lemos:
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"οὐχ οὗτός ἐστιν ὁ τέκτων, ὁ υἱὸς τῆς Μαρίας καὶ ἀδελφὸς Ἰακώβου καὶ Ἰωσῆτος καὶ Ἰούδα καὶ Σίμωνος"
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Que traduzido é (versal minha):
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"Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de JOSET ( Ἰωσῆτος) , e de Judas e de Simão?"
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Ora, em Mc 15,40 temos:
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"Ἦσαν σαν δὲ καὶ γυναῖκες ἀπὸ μακρόθεν θεωροῦσαι, ἐν αἷς καὶ Μαρία ἡ Μαγδαληνὴ καὶ Μαρία ἡ Ἰακώβου τοῦ μικροῦ καὶ Ἰωσῆτος μήτηρ καὶ Σαλώμη"
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Que traduzido é (versal minha):
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"E também ali estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, o menor, e de JOSET (Ἰωσῆτος), e Salomé"
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Destaque-se, nas duas perícopes, o vocábulo "Ἰωσῆτος ", correspondente ao nome próprio "JOSÉ", na forma "Ἰωσῆτος" ("JOSET").
É uma variante.
Variante muito significativa.
Presente, entre outras traduções, na mundialmente recomendada Bíblia de Jerusalém.
Ora, a variante "Ἰωσῆτος", usada para o nome "JOSÉ" (em português soaria "JOSET") SÓ APARECE, NO NOVO TESTAMENTO EM MC 6,3 E MC 15,40.
Ou seja, ao usar "Ἰωσῆτος", em 6,3 e 15.40, Marcos mostra claramente que refere-se, nos dois passos, à MESMÍSSIMA PESSOA, isto é, ao mesmo JOSET.
Isso é corroborado pela presença, nos dois textos, do nome de Tiago.
Em Mc 6,3: "TIAGO... E JOSET"...
Em Mc 15,40: "TIAGO... E JOSET"...
São os mesmos!
Tiago e Joset, em Mc 6,3 e 15,40 são os mesmos indivíduos!
O nome JOSÉ, em particular, é grafado no Evangelho de Marcos sempre "Ἰωσὴφ" e NUNCA "Ἰωσῆτος ", como por exemplo em Mc 15,43 (referência à José de Arimatéia (" ἐλθὼν Ἰωσὴφ ὁ ἀπὸ Ἁριμαθαίας")
Só em 6,3 e 15,40 o evangelista usa "Ἰωσῆτος"!!!
Só nessas passagens.
Apenas nelas!
Em NENHUMA outra.
É o mesmo indivíduo!
É o "irmão" de Jesus!
Assim como o Tiago, DAS MESMAS PASSAGENS!
Só que em Mc 15,40 eles são ditos filhos de uma "OUTRA MARIA", consoante os dados de Mateus, referindo-se à mãe dos dois personagens (versais minhas):
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"E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a OUTRA MARIA foram ver o sepulcro" (Mt 28,1)
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Essa "OUTRA MARIA" (mãe de Tiago e JOSET), é óbvio, NÃO É A MÃE DE JESUS , pois sempre que se referiam à mãe de Jesus, os evangelistas o faziam abertamente, chamando-a de MÃE Dele, como em Mt 12,46 e At 1,14.
Pelo que TIAGO E JOSÉ, chamados "irmãos" de Jesus eram, na verdade, filhos de uma "OUTRA MARIA".
NÃO ERAM FILHOS DE MARIA DE NAZARÉ!
O mesmo para Judas, visto que era irmão de Tiago (Cf. Jd 1).
O mesmo também para SIMÃO que, conforme Hegesipo, era "PRIMO" de Jesus.
Portanto, TIAGO, JOSÉ, JUDAS E SIMÃO, referidos como "irmãos" de Jesus, na verdade eram apenas parentes próximos do Senhor (provavelmente primos), filhos de uma outra mulher,de uma "OUTRA MARIA", como a chama o Evangelho.
De quem eram filhos, então ?
De Cléofas, mencionado em Jo 19 ?
Talvez!
Para a tese que aqui defendo, a resposta a tal pergunta NÃO FAZ A MENOR DIFERENÇA!
Outras evidências nos maravilham os olhos e o entendimento:
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"Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa." (Jo 19, 26-27).
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Abstraindo da teologia escancarada contida no texto, sigo aqui o entendimento rasteiro dos hereges protestantes (que querem ver na passagem apenas a preocupação de Jesus com o amparo de sua mãe), pergunto ao discípulo do Elisson Freire:
ONDE ESTAVAM OS "IRMÃOS" DE JESUS, NESSE MOMENTO, PARA AMPARAR MARIA, GARANTINDO-LHE OS DEVIDOS CUIDADOS ????
A "resposta" mequetrefe é sempre a mesma: "Eles ainda não criam em Jesus, por isso Maria foi entregue a João!"
"Resposta" mixuruca, ridícula, despropositada!
Os "irmãos" não criam ?
Sim, não criam (Cf. Jo 7,5)
Mas...E DAÍ ????????
Como filhos, e em razão do mandamento (versais minhas):
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"Honra a teu pai E A TUA MÃE... " (Êx 20,12)
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ELES TINHAM A OBRIGAÇÃO DE PROVER O FUTURO DE SUA MÃE!!!
INDEPENDENTEMENTE DO QUE PENSAVAM A RESPEITO DE JESUS!
Desafio o Thiago Dutra a apresentar UMA (SÓ UMA!) passagem bíblica DESOBRIGANDO OS FILHOS A AMPARAR MATERIALMENTE OS PAIS POR CONTA APENAS DE DIVERGÊNCIAS DE OPINIÕES.
UMA SÓ!
Se não estavam lá, portanto, é porque NÃO ERAM FILHOS DE MARIA E NEM IRMÃOS LITERAIS DE JESUS QUE DEVESSEM CUIDAR DELA.
Mas não acabou, não!
O massacre continua, para esse Zé Mané metido a apologista aprender!
Seu lombo ainda irá esquentar um pouquinho, Dutra!
Referindo-se a Tiago, Joset, Judas e Simão, assim se expressa G. Danielli (versais minhas):
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"Na família hebraica antiga, como regra a autoridade recaia sobre o homem; a mulher estava sujeita primeiro ao pai, depois ao marido. Uma vez viúva, a mulher que permanecia na casa do sogro ficava subordinado a ele (Gn 38,8.11). Quando os filhos chegavam à idade adulta, SUA VOZ ERA MAIS AUTORIZADA DO QUE A DA MÃE, SOBRETUDO NAS RELAÇÕES COM OS DE FORA (...) (cf. Gn 24,28-33.50-60). Consequentemente, se os "irmãos de Jesus" tivessem sido verdadeiros irmãos, no sentido que nós damos ao termo, DEVERÍAMOS ENCONTRAR UMA ORDEM DIFERENTE: OS IRMÃS DE JESUS e sua mãe", precisamente como em Gn 24, 53.55. A FÓRMULA DE MARCOS FAZ PENSAR EM IRMÃOS NUM SENTIDO AMPLO, NUM PARENTESCO MENOS CHEGADO. De fato, com relação a Jesus, Maria tem mais autoridade do que eles" (Maria e i fratelli di Gesú nel vangelo di Marco,in Mar 40 (1978); p. 103)"
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Já basta!
O que tem aqui, Thiago Dutra, esquentará o seu traseiro por um bom tempo.
Aproveite.
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Por Maria,
Fábio Morais.