Por Fernando Nascimento
O autor espírita Jayme Andrade em seu livro “O Espiritismo e as Igreja Reformadas” faz esta curiosa citação em favor da farsa da reencarnação:
“Ele [Orígenes] chegou a tecer judiciosas ponderações sobre certos trechos da Escritura (...) que não teriam sentido sem admitir a preexistência da alma: “Se o nosso destino atual não era determinado pelas obras de nossas existências passadas, o que dizer de um Deus justo permitindo que o primogênito servisse ao mais jovem e fosse odiado, antes de haver cometido atos que merecessem a servidão e o ódio? Só as nossas vidas anteriores podem explicar a luta de Jacó e Esaú antes do seu nascimento, a eleição de Jeremias quando ainda estava no seio da mãe ... e tantos outros fatos que atirarão o descrédito sobre a Justiça Divina, se não forem justificados ou praticados pelos atos bons ou maus cometidos em existências passadas.””
(“Contra Celso”, I, III, cit. por Mário C. Mello, em “Como os Teólogos Refutam”, pg. 153). (Andrade, Jayme; O Espiritismo e as Igreja Reformadas, editora EME, 4ª ed., cap. VII, parte 3).
A Verdade:
Tal citação simplesmente não existe em “Contra Celso”, livro I, cap. III.
O texto real de Contra Celsus é:
“Depois disto, Celsus prosseguindo a falar dos cristãos ensinando e praticando suas doutrinas favoritas em segredo e dizendo que eles fazem isto para, com alguma intenção, ver se escapam de uma pena de morte que é iminente; ele compara seus perigos com aqueles encontrados por homens tais como Sócrates pelo amor à filosofia; e aqui ele poderia ter citado Pitágoras também e outros filósofos. Mas nossa resposta com relação a isto é que, no caso de Sócrates, os atenienses se arrependeram imediatamente depois e nenhum sentimento de amargor permaneceu em suas mentes com relação a ele, bem como ocorreu na história de Pitágoras. Os seguidores do último, de fato, estabeleceram por um tempo considerável suas escolas numa parte da Itália chamada Magna Grécia; mas no caso dos cristãos, o Senado Romano, e o príncipe do momento, e a soldadesca, e o povo, e os parentes dos que se tornaram conversos à fé fazem guerra contra sua doutrina e teriam impedido seu (progresso), sobrepujando-a com uma aliança de natureza tão poderosa que, não fosse pela ajuda de Deus, não teria escapado do perigo e se erguido acima dele, a fim de (finalmente) derrotar o mundo em sua conspiração contra ela.” (Orígenes, Contra Celsus, I,III)
É um capítulo curto e não há nenhuma referência a Esaú e Jacó nele, muito menos fala-se ali de “existências passadas”, antes narra o combate às crendices greco-pagãs. Pura falcatrua espírita.
Não existe reencarnação, porque a palavra de Deus diz:
“Está determinado que os homens morram uma só vez e logo em seguida o juízo.” (Hebreus 9,27).
Cai a farsa.