segunda-feira, 19 de março de 2012

Refutando a “fogueira santa” da IURD


Por Fernando Nascimento e Cris Macabeus

A “fogueira santa” da Igreja Universal do Reino de Deus  - IURD, é um evento que acontece duas vezes ao ano. Durante a campanha, os fiéis são incentivados a fazer sacrifícios financeiros tipo “tudo ou nada” se quiserem ver seus pedidos escritos num papel ser atendidos por Deus.

verificamos que para justificar a feroz arrecadação financeira da anti-bíblica “fogueira santa” (ou famoso “tudo ou nada”), usa-se entre outros versículos, com um certo toque de desonestidade, o versículo (Atos 4,34) onde segundo eles diz:

“Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos.”

Pois bem, o que a primeira vista parece ser justo na citação do Blog, na verdade é um ardil macediano, eles simplesmente cortam a sequência do versículo na parte seguinte mais importante onde diz:

(35).“Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade.”

Veja abaixo o que realmente ensina esse trecho na Bíblia sem corte. Aproveitarei para grifar a parte astutamente omitida pelo Blog da IURD:

 “Nem havia entre eles nenhum necessitado, porque todos os que possuíam terras e casas vendiam-nas, e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos apóstolos. Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade.” (Atos 4, 34-35)

Ou seja: o dinheiro arrecadado dos que tinham muito, era distribuído entre os que nada tinham. No caso da IURD ela só recebe, repartir entre os necessitados, JAMAIS! 

Mas a desonestidade não para por aí, ao contrário do que faz a IURD, os Apóstolos não obrigavam ninguém a vender suas posses, quem quisesse livremente ficar com elas ou vendê-las e ficar com o dinheiro integral, podia, sem qualquer problema. O que não podia era mentir fingindo-se piedoso e dar parte do dinheiro dizendo que a posse custou só aquilo, como tentou fazer Ananias e foi castigado sob grave repreensão de Pedro:

“Pedro, porém, disse: Ananias, por que tomou conta Satanás do teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e enganasses acerca do valor do campo? Acaso não o podias conservar sem vendê-lo? E depois de vendido, não podias livremente dispor dessa quantia? Por que imaginaste isso em teu coração? Não foi aos homens que mentiste, mas a Deus. (Atos 5, 3-4)

Esse trecho de (Atos 5) acima, também é citado no Blog, sem explicar a partilha entre os necessitados e a não obrigatoriedade de vender os bens e dar o dinheiro da venda.

Como vimos, o dinheiro que os apóstolos recebiam voluntariamente, repartiam entre os necessitados, a ponto de Pedro e Jesus nem terem dinheiro para pagar seus impostos (S. Mateus 17,24-27), por isso (Atos 4, 34) diz que não havia “nenhum necessitado” e (2 Coríntios 9,9) diz:  “Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre.”

E assim continua a fazer a única Igreja apostólica de fato, A Igreja Católica:


A IURD só recebe, e gasta no luxo do bispo Edir Macedo deixando seus seguidores endividados, para isso adultera a Palavra de Deus, omitindo a parte onde ensina a partilha. O ex-pastor da IURD, Gustavo Rocha, relata como o bispo Edir Macedo o instruía a tirar dinheiro dos fiéis e a depositá-lo em contas no exterior. Afirma que o dinheiro dos fiéis era usado para investimentos na TV Record. “Em 2003, fizemos com os fiéis de Nova York uma campanha para arrecadar US$ 1 milhão. Foi com esse dinheiro que a Record montou o estúdio em Manhattan”, diz. As ligações de Gustavo com a igreja são comprovadas por documentos como passaporte, contracheques e fotos. Confira: http://www.gp1.com.br/noticias/39aprendi-a-extorquir-o-povo39-dispara-ex-pastor-da-igreja-universal-do-reino-de-deus-102165.html

Uma refutação especial cabe a este outro trecho citado pelo Blog:

“Entretanto, o povo sacrificava sobre os altos; porque até àqueles dias ainda não se havia edificado casa ao nome do SENHOR.” (1 Reis 3.2)

Hoje, temos uma casa edificada com o nome do SENHOR (a igreja).

E Deus vendo que Salomão ofereceu o seu melhor, Deus apareceu para Salomão e disse:
“Pede o que queres que eu te dê.” (1 Reis 3.5)

Ou seja, Salomão também ofereceu sacrifício para atingir um objetivo.

Resposta: ora, esse trecho de (1 Reis 3,2), refere-se ao tempo em que ainda não havia se construído o templo de Salomão, e depois do templo construído os sacrifícios de animais continuaram, nada tendo aí a ver com a igreja. E quando Salomão pediu a Deus, pediu sabedoria, e não riqueza ou dinheiro, como ensina a IURD.

“E disse-lhe Deus: Porquanto pediste isso, e não pediste para ti muitos dias, nem pediste para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimigos; mas pediste para ti entendimento, para discernires o que é justo; Eis que fiz segundo as tuas palavras; eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti igual não houve, e depois de ti igual não se levantará.” (1Reis 3,11-12)

Buscando apoio para enganar ainda mais os fiéis, o Blog da IURD ignorando o sacrifício suficiente feito por Cristo, segue recorrendo ao antigo sacrifício de animais do Velho Testamento, sacrifício este, há muito recusado por Deus.

A Bíblia é um livro que contém os ensinamentos de Deus e retrata a história da evolução da fé judaico-cristã conforme os desígnios desse mesmo Deus. Quem honestamente conhece a Bíblia sabe que o sacrifício de animais é coisa do passado e apesar do Blog da IURD citar o “Korban”, antigo sacrifício de animais feito pelos judeus, o judaísmo já não o pratica, pois o próprio Deus disse:

 “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios?- diz o SENHOR - Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. (Isaías 1,11).

Maimônides, um dos famosos judeus medievais, concluiu que a decisão de Deus de permitir sacrifícios era uma concessão às limitações psicológicas do homem. O Rei Davi em um de seus Salmos diz que não é a gordura dos animais que vai aplacar a ira de Deus.

Confirmando isso relata Samuel: “Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. “ (1 Samuel 15,22)

Que isso sirva contra a desobediência dos pastores da IURD, que teimam em pregar o sacrifício de animais, ainda que animais impressos nas cédulas do dinheiro brasileiro , como forma de conseguir graças junto a Deus.

Há dois mil anos, Jesus, o Filho de Deus, veio ao mundo, se ofereceu em sacrifício pelas almas e fundou sua Igreja onde jamais fez-se sacrifícios de animais, provando-se assim o fim desta prática judaica.
Ele mesmo, o Filho de Deus, chicoteou os vendilhões do templo e pôs a correr os bois, ovelhas e pombas que eram vendidos aos pecadores, para o sacrifício. (S. João 2, 13-22)

No livro de Malaquias, último livro do Velho Testamento, em lugar daqueles antigos sacrifícios, Deus proclama o novo modo de apresentar-lhe o sacrifico verdadeiro:


“Mas desde o nascente do sol até ao poente é grande entre os gentios o meu nome; e em todo o lugar se oferecerá ao meu nome incenso, e uma oferta pura; porque o meu nome é grande entre os gentios, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Malaquias 1,11)

Observe aí, a oferta pura e o incenso, que nunca são oferecidos pelas seitas evangélicas.

No versículo seguinte, Deus adverte como que contra os que hoje, enganados pelos pastores desprezam o incenso e o alimentos consagrados na Eucaristia:
“Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é impura, e o seu produto, isto é, a sua comida é desprezível.” (Malaquias 1,12) (Almeida corrigida e revisada fiel)

O Apóstolo Paulo detalha estes alimentos que é de fato o único sacrifício aceito por Deus:


“Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.” (1Coríntios 11,26-30) (Almeida corrigida e revisada fiel)

Vemos aí biblicamente, que o suficiente sacrifício feito por Cristo, o cordeiro de Deus, e repetido nos alimentos consagrados da Eucaristia, é o único sacrifício solicitado por Deus, nada tendo a ver com o que ensinam os pastores da IURD que distorcem e mutilam as Escrituras para obter dinheiro dos incautos.


Em outro site da IURD, o próprio Edir Macedo aparece em entrevista no link: http://iurdangola.net/cv/bispo-macedo-fala-da-fogueira-santa/  pescando mais alguns versículos de seu contexto para sorrateiramente justificar sua rentável “fogueira santa”, onde alega: Como diz a passagem bíblica: “Vindo, porém, uma viúva pobre depositou duas pequenas moedas (…). Em verdade, vos digo que está viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes” (Marcos 12.42,43).”


Veja o que de fato diz o contexto de onde foi pescado este trecho:


S. Marcos 12
38  E, (Jesus) ensinando-os, dizia-lhes: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças,
39  E das primeiras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nas ceias;
40  Que devoram as casas das viúvas, e isso com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave condenação.
41  E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito.
42  Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo.
43  E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;
44  Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.


S. Marcos 13
1   E, saindo ele do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras, e que edifícios!
2  E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.
3  E, assentando-se ele no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João e André lhe perguntaram em particular:
4  Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir.
5   E Jesus, respondendo-lhes, começou a dizer: Olhai que ninguém vos engane;
6  Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

Observe que Jesus foi ao Templo exatamente criticar a atitude dos escribas que roubavam até as viúvas, prometeu que o templo seria derrubado e ainda mandou nos guardarmos da laia dos enganadores que os apóstolos viram ali, porque muitos virão em seu nome e enganarão a muitos.

No velho testamento, o profeta Elias, ao ver que os profetas de Baal queria enganar o povo, fez duas fogueiras similares, uma para ele e outra pros enganadores e disse: “... e há de ser que o deus que responder por meio de fogo esse será Deus.” (1Reis 18, 24)

A fogueira de Elias (que não tinha dinheiro na jogada), foi acesa com fogo do céu, a de Edir Macedo, tal qual a dos enganadores do passado, não incendiou, e é acesa sempre como o isqueiro do pastor.

Assim agem os falsos profetas de Baal de nossos dias.

Cai a farsa.