Por Fernando
Nascimento
O site Terra, sabe-se lá com que intenção, publicou o texto
a seguir sobre a antiga foto abaixo:
“Hitler é recebido pelo arcebispo de
Viena Theodor Innitzer (de batina) em hotel no dia 15 de março. O religioso
assinou uma declaração de apoio ao Anschluss, acrescentando "Heil
Hitler!"”
Esta foto tem sido exaustivamente usada por inimigos da
Igreja como uma cabal “prova” de apoio da Igreja ao nazismo, o que é uma
grotesca mentira.
A Verdade:
A foto que mostra o arcebispo de Viena Theodor Innitzer
apertando a mão de Hitler, não representa nenhum apoio da Igreja ao nazismo.
Tudo não passou de um momento de desinformação do arcebispo quanto a pessoa de
Hitler. Assim que informado pela Igreja, o arcebispo Innitzer voltou atrás ao
que antes havia pronunciado em nome dos bispos de Viena, passando a ser
perseguido pelos nazistas junto a toda Igreja.
Ao saber deste ato, o Papa Pio XI ordenou o cardeal Innitzer
a assinar um esclarecimento, que foi publicado em L'Osservatore Romano.
A Rádio do Vaticano recentemente havia transmitido uma veemente denúncia da ação nazista, e o Cardeal Pacelli (que logo se tornaria o
Papa Pio XII) ordenou Innitzer informar ao Vaticano. Antes de se encontrar com
o Papa Pio XI, Innitzer reuniu-se com Pacelli. Ele deixou claro que Innitzer devia
rever seu ato, e isso foi feito quando Innitzer assinou uma nova declaração,
emitida em nome de todos os bispos austríacos, que previa: "A declaração solene dos bispos austríacos ... não pretende ser
uma aprovação de algo que não era e não é compatível com a lei de Deus "
.
O jornal do Vaticano também informou que a declaração anterior,
foi emitida sem a aprovação da Santa Sé, com o bastante neutro Papa Pio XI
discordando totalmente de Innitzer.
Nos meses subseqüentes, a Alemanha passou a perseguir a
Santa Sé e as instituições da Igreja, proibindo os jornais católicos.
Em outubro de 1938 milhares de jovens católicos seguiu um
convite feito por Innitzer a se reunir na Catedral de St. Stephen , em Viena
para a oração e meditação. Em seu sermão Innitzer declarou: “Há apenas um Führer: Jesus Cristo.” No dia seguinte, cerca de 100 nazistas, entre eles muitos
membros mais velhos da Juventude Hitlerista, saquearam a residência do
arcebispo.
Em Lublin, o oficial chefe da Gestapo – que se destacara em
Viena pelos ataques ao Cardeal Innitzer – foi responsável por cruel perseguição
ao clero.
Em meados de outubro de 1939, a Gestapo deteve o Bispo
Monsenhor Fulmann e seu Bispo Auxiliar, Monsenhor Goral, com todo o clero. 150
padres foram presos em Lublin e 36 jesuítas em Cracóvia.
O Bispo auxiliar de Lodz, Monsenhor Tomczak foi espancado
com varas nos braços até sangrar, e depois foi forçado a limpar as ruas.
Padres foram espancados a tal ponto que tiveram o crânio
fraturado, os dentes partidos e as mandíbulas deslocadas. Enquanto os
espancavam gritavam para os padres: "Você crê em Deus? Se você crê, você é
um idiota. Se você não crê, você é um impostor".
Enfim, Theodor Innitzer, retirou em tempo, seu momentâneo apoio
particular ao receber o líder nazista, e tornou-se dedicado à reconstrução da
Igreja austríaca. O demais é calúnia já investigada pela Igreja sobre sua
pessoa.
A Arquidiocese de Viena concede anualmente o prêmio “Kardinal-Innitzer-Preis”
aos cientistas e escolares, prêmio este nomeado em honra de Innitzer.