domingo, 13 de agosto de 2017

Lucas Banzoli é refutado por patrologista protestante. Santo Agostinho cria na Transubstanciação



Lucas Banzoli não toma jeito mesmo!

Com ares de patrologista improvisado, esse fedelho sai a campo para fazer exegese de S. Agostinho e situá-lo entre os negadores da Presença Real de Jesus na Eucaristia.
Como se o santo bispo fosse herege como Lucas! Como se S. Agostinho fosse protestante! 

Assim, no artigo reconhecidamente herético, intitulado: "Agostinho cria na transubstanciação?", do seu Blog de quinta categoria, diz Banzoli, muito pimpão e sem saber quão ridículo está se mostrando:

"Agostinho ensina exatamente o inverso de transubstanciação"

"Ele pede para que entendamos o comer o corpo de forma espiritual..."

"é importante mencionarmos que Agostinho em momento nenhum creu que o corpo de Cristo estivesse entre nós aqui na terra através da eucaristia..."

Tudo conversa do herege que escreve heresias e as atribui a Igreja Católica.
S. Agostinho cria na Real Presença, sim. O sem-vergonha do Banzoli está mentindo. Está mentindo de novo! Como deixa claro o historiador J.N.D. Kelly, membro da Academia Britânica, da Faculdade de Teologia da Universidade de Oxford e ainda membro fundador do conselho acadêmico do Instituto para Estudos Teológicos Avançados de Jerusalém:

"...Um veredicto judicioso haverá de concordar que Agostinho aceitava o realismo vigente à época" (Doutrinas Centrais da Fé Cristã, Vida Nova, 1994, p. 340)

E ainda:

"Não pode haver dúvida de que ele [Agostinho] partilhava o realismo aceito por quase todos seus contemporâneos e antecessores" (p. 340)

E outra vez:
                                                                         
"...Agostinho aceitava sem questionamento a identificação tradicional dos elementos com o corpo e o sangue sagrados" (p. 340)

Pouca coisa, Lucas? Ou quer mais? Que beleza! E Kelly NÃO É CATÓLICO, não. É PROTESTANTE!

Me pergunto se seria acertado trocar as palavras do abalizado patrologista inglês pelas asserções de um moleque brasileiro que mal saiu do Ensino Médio.
Me questiono se valeria a pena substituir a interpretação do renomado Kelly acerca do pensamento de S. Agostinho pela desse pirralho curioso e de voz finíssima de moçoila apaixonada. Ora, é óbvio que J,N.D. Kelly esta certo. É Óbvio que Lucas distorce miseravelmente S. Agostinho.

Sim, pois há que se considerar que, quando S, Agostinho utiliza de expressões que APARENTEMENTE apontam para um entendimento simbólico, ele está, na realidade, opondo a uma interpretação material outra, que, embora REAL, não é grosseira, como se poderia, alguma vez, imaginar.

Assim, Banzoli cita os seguintes passos do santo doutor:

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“Eles disseram, pois, para ele: o que devemos fazer para que possamos fazer as obras de Deus? E ele lhes disse: trabalhem, não para a carne que perece, mas para o que permanece para a vida eterna. O que devemos fazer? Eles perguntam; observando se seriam capazes de cumprirem este preceito. Jesus respondeu e lhes disse: isto é a obra de Deus, para que vocês acreditem naquele que me enviou. E, em seguida, para comer a carne, não a que perece, mas a que permanece para a vida eterna. Para qual finalidade você prepara o dente e o estômago? Creia, e você já terá comido”

“Evidentemente, aquele que recebe a virtude do sacramento, não apenas o sacramento visível, e na verdade interiormente, não exteriormente; aquele que come com o coração, não aquele que tritura com o dente”

“Moisés, Arão, Finéas e muitos outros que comeram o maná agradaram a Deus. Por quê? Porque entendiam o alimento visível espiritualmente, apeteciam espiritualmente, degustavam espiritualmente, de sorte que fossem saciados espiritualmente. Ora, também nós hoje temos recebido o alimento visível, mas uma coisa é o sacramento; outra, a virtude do sacramento”

“Mediante isto, aquele que não permanece em Cristo, e em quem Cristo não permanece, indubitavelmente nem ingere espiritualmente sua carne, nem espiritualmente bebe seu sangue, ainda que triture carnal e visivelmente com os dentes o sinal do corpo e do sangue”

“Não prepareis a garganta, mas o coração: por esse motivo foi recomendada esta Ceia. Eis que cremos em Cristo quando o recebemos pela fé; em recebendo-o, sabemos o que pensamos; recebemos um pequeno naco de pão e somos saciados no coração; logo, não é o que se vê que nos farta, mas o que se crê”

"Então, a cada um serão vida o corpo e sangue de Cristo, se o que se recebe visivelmente no sacramento se come na própria realidade espiritualmente, se bebe espiritualmente. Pois temos ouvido o próprio Senhor, dizendo: ‘O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida" [Jo.6.63]”.

"Eu vos confiei um sacramento: espiritualmente entendido, ele vos haverá de dar vida”.

“Entenda espiritualmente o que eu disse; não é para você comer esse corpo que você vê; nem beber aquele sangue que será derramado por aqueles que irão me crucificar. Recomendei-lhes um certo mistério; espiritualmente compreendido, vivificará. Embora seja necessário que isso seja visivelmente celebrado, contudo precisa ser espiritualmente compreendido”.

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O herege do Banzoli tenta extrair, de passagens como essas, uma doutrina simbolista, quando S. Agostinho, na verdade, transmite o seu repúdio à uma visão canibalística (presente, por exemplo, nos ouvintes de Cafarnaum, em João 6) e inculca que o corpo e o sangue de Cristo nós o recebemos SACRAMENTALMENTE, sem, porém, deixarmos de recebê-lo VERDADEIRAMENTE, REALMENTE, como diz ainda, com muito acerto, J.N.D. Kelly, afirmando que, para S. Agostinho, (maiúsculas minhas):

"O corpo e o sangue de Cristo não são consumidos de forma física e material; o que é consumido dessa maneira é o pão e o vinho. O corpo e o sangue "SÃO, DE FATO, RECEBIDOS PELO COMUNGANTE, mas de forma SACRAMENTAL" (p.342)

Isso porque, diz ainda Kelly (maiúsculas minhas):

"Embora RADICALMENTE REALISTA, é [a doutrina de S. Agostinho] também francamente espiritualizante" (p. 341)

Assim, S. Agostinho não rejeitou a Presença Real. Antes, a expôs como ela de fato é, livre de conotações materiais absolutamente inapropriadas.

E que Banzoli, agora explique do seu modo herético as palavras que seguem, do grande bispo de Hipona, (maiúsculas minhas):

"O que vedes, caríssimos, na mesa do Senhor, é pão e vinho; mas esse pão e esse vinho, acrescentando-se-lhes a palavra, tornam-se corpo e sangue de Cristo (…). Tira a palavra, e tens pão e vinho; acrescenta a palavra, E JÁ TENS OUTRA COISA. E essa outra coisa que é? CORPO E SANGUE DE CRISTO" (Serm. 6,3)

Desnecessário é dizer que, passagens com essa, passaram longe, bem longe, do artigo do Banzoli.


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Por Maria,
Fábio Morais.



Fimdafarsa.