Por Fábio Morais
No intuito de desacreditar a exegese clássica de Mt 16,18
(que estabelece PEDRO como a PEDRA da perícope) , Lucas Banzoli, na maior
"cara dura", resolveu torturar o texto sagrado, querendo forçar o
significado de um demonstrativo grego, alegando o seguinte:
"O “sobre este”
do tradutor faz muita gente pensar que esteja se referindo a Pedro, visto que
todos nós aprendemos que em português se deve usar “este” para se referir ao
que está mais perto e “esse” para o que está mais longe, mas em grego não existe
essa distinção. Como não há um equivalente exato para “esse” em grego, ainda
que possamos traduzir por “esta” pedra, a referência pode ser não ao
antecedente mais próximo, mas ao mais distante. No caso de Mateus 16:18, a
pedra seria a confissão de fé de Pedro em Jesus, dizendo que “Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo”, no verso 16." - (Constante no Blog "Heresias Católicas (e outros assuntos)")
Banzoli é mesmo um safado desonesto! Vejam o que ele diz:
"Como não há um equivalente exato para “esse” em
grego..."
Como não há? Há sim, Banzoli! Você está MENTINDO! Seu
DESONESTO!
O demonstrativo grego correspondente a "ESSE" é
"ekeinos" ("εκεινος" ) e refere-se ao que está distante ou
que foi mencionado por último.
Ao lado de "εκεινος" temos "οὗτος", que indica o que está próximo,
conforme gramáticas de valor (maiúsculas minhas):
"Houtós" e "Ekeinos" são pronomes
demonstrativos. Em contraste, "houtós" se refere, geralmente, ao que
está próximo ou AO QUE FOI MENCIONADO POR ÚLTIMO; "ekeinos", ao que
está remoto ou ausente" (Introdução ao estudo do Novo Testamento grego,
W.C. Taylor, Juerp, P.56).
E ainda:
"Pronome demonstrativo. É o que localiza ou identifica
o substantivo. No grego temos dois pronomes demonstrativos. "Houtós",
QUE SE REFERE AO QUE ESTÁ PRÓXIMO OU QUE FOI MENCIONADO POR ÚLTIMO; e
"ekeinos', que se refere ao que está remoto ou ausente" (Lourenço
Stelio Rega, Noções do Grego Bíblico, Vida Nova, p. 83)
Como, então, vem Banzoli querer nos ludibriar afirmando que
" não há um equivalente exato para “esse” em grego" e que "em
grego não existe essa distinção" ?
A DISTINÇÃO EXISTE! É UM FATO INDISCUTÍVEL! Que
"HOUTÓS" significa "ESTA" e não "ESSA" temos, por
exemplo, em Strong:
Concordancia Strong
houtos, hauté, touto: este, esta, éste.
Palabra Original: οὗτος,
αὕτη, τοῦτο
Parte del Discurso: Pronombre demostrativo
Transliteración: houtos, hauté, touto
Ortografía
Fonética: (hoo'-tos)
E que "EKEINOS" significa "ESSE" temos,
por exemplo, em https://bibliotecabiblica.blogspot.com, que,
analisando Jo 1,18, palavra por palavra, destaca: "εκεινος pronome
demonstrativo - nominativo singular masculino ekeinos (ek-i’-nos): Esse."
O pronome demonstrativo para "ESSE", em grego, que
Lucas Banzoli, usando de má fé, diz não existir, EXISTE! É "EKEINOS"
("εκεινος").
E tal pronome NÃO SE ENCONTRA EM MT 16,18!
O que se encontra em Mt 16,18 é "HOUTÓS" ("οὗτος") , na forma "TAUTE" ("ταυτη").
E "HOUTÓS" refere-se AO QUE ESTÁ MAIS PRÓXIMO, AO
QUE FOI MENCIONADO POR ÚLTIMO, como vimos.
Refere-se, por conseguinte, à PEDRA que Cristo acabara de
mencionar, que só pode ser PEDRO, chamado de "PEDRA" pela uso do
vocábulo masculino "PETROS" ("πετρος"), dada a afinidade
linguística entre este termo e um substantivo próprio masculino.
Ora, é fato que "HAUTÓS", excepcionalmente, pode
fazer o papel de "EKEINOS" e indicar o que está mais remoto. Mas, isso
não é regra. É exceção.
Mas porque transformar a exceção em regra quando se
considera o texto de Mateus?
Se NADA no texto sugere tal uso, por quê impô-lo à passagem?
O desespero protestante é lastimável... E a desonestidade de
Banzoli, notória...
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Por Maria,
Fábio Morais.
Fimdafarsa.