quarta-feira, 7 de novembro de 2012

"A lenda da imortalidade da alma" - Refutado

A bíblia mal traduzida de Lucas Banzoli é incapaz de mudar o plano de Deus



A MENTIRA:

”A filosofia secular trouxe para o cristianismo uma nova ideia que jamais foi mencionada por qualquer escritor bíblico e “incluíram” nas Escrituras o que jamais nela foi dito: A Lenda da Imortalidade da Alma."  (Lucas Banzoli)



ONDE SE ENCONTRA:

Nos blogs e livro do equivocado Lucas Banzoli



DESMASCARANDO O EMBUSTE:

Segundo as Escrituras, a alma é imortal e só Deus e seu Filho podem findá-la se assim o quiserem.


"Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena." (Mt 10,28)


Por amor ao verdadeiro ensino de Jesus Cristo, vamos demonstrar usando tradução a partir dos originais, o quanto o Lucas Banzoli se equivocou ao insinuar que a alma é mortal. De antemão informo, que, pra cometer tal erro de cabo a rabo na sua afirmação, ele baseou-se na tradução da bíblia protestante de João Ferreira, que traduz erraticamente vida ou pessoa por "alma".  

De suas 321 páginas de engodos recheados de versículos pescados e mal traduzidos, que segundo ele retratam a "mortalidade" da alma, só preciso refutar suas "conclusões finais".


(Seu texto está em vermelho - minha refutação em azul)


Obter vida não é algo fútil que todos possuem na forma de uma alma eterna/imortal, mas sim algo que remete a determinação, perseverança (cf. Lc.21:19). – Puro engano! Todos possuem vida e alma. A alma é naturalmente imortal, mas não eterna se assim Deus o quiser (no caso dos pecadores mortais). O versículo citado, apenas fala que Deus possui a alma dos pacientes ou perseverantes. "Na vossa paciência possuí as vossa almas."

Não é algo tão fácil como a explicação de Satanás de que “certamente não morrerás” (cf. Gn.3:4). - Este versículo não se refere a alma, mas a carne. “Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.”

Do início ao fim da Bíblia, a alma morre (cf. Ez.18:4,20). - Puro engano! A alma é naturalmente imortal, Deus é que ceifará as almas más. O versículo (21) omitido diz: “Mas se o ímpio se converter de todos os pecados que cometeu... certamente viverá; não morrerá.”

perece (cf. Mt.10:28). - Puro engano! Esse versículo diz o contrário: “Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; (porque a alma é naturalmente imortal). E prossegue dizendo o mesmo texto que só Jesus pode interromper isso aos pecadores mortais: “temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na Geena;”

é destruída (cf. Ez.22:27). - Puro engano! A tradução “destruírem as almas” das bíblias protestantes está errada. Os originais falam da vida ou do sangue.

não é poupada da morte (cf. Sl.78:50). - Puro engano! Este versículo nos originais não trata da alma, mas da vida de pessoas que estão sob a ira de Deus.

é eliminada (cf. Êx.31;14). - Puro engano! Esse versículo não fala em alma. Mas na morte carnal do infrator de um então pacto judeu sobre a guarda do sábado.

é totalmente destruída (cf. Js.10:28). - Puro engano! Este versículo não fala de alma, mas da vida de pessoas que foram mortas à espada.

é devorada (cf. Ez.22:25). - Puro engano! Nos originais esse versículo não se refere a alma, mas a vida das pessoas, numa figura de linguagem onde é usado um leão.

é assassinada (cf. Nm.35:11). - Puro engano! Este versículo não fala de  alma, mas de homicidas que matam pessoas involuntariamente.

é exterminada (cf. At.3:23). - Puro engano! Os originais falam da vida daquele que está no meio do povo. A tradução protestante está errada.

desce a cova na morte (cf. Jó 33:22). - Puro engano! Neste versículo a alma chega a cova, mas não morre. A vida é que está a mercê dos portadores da morte.: “A sua alma se vai chegando à cova, e a sua vida, aos portadores da morte.” (23) “Se com ele houver um anjo intercessor, um dos milhares, para declarar ao homem o que lhe convém,” (24) “então, Deus terá misericórdia dele e dirá ao anjo: Redime-o, para que não desça à cova; achei resgate.”

mas revive na ressurreição (cf. Ap.20:4). – Correção: essas almas de mártires nunca morreram, mas seus corpos. Bem antes, em Ap 6,10 as vemos bem vivinhas, clamando em altas vozes, dizendo: “Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” 

É por desconhecer a história do Cristianismo e ainda valer-se de más traduções protestantes que o Lucas Banzoli comete seus gravíssimos erros crente que está abafando. Suas necedades jamais deveriam ser publicadas.

A própria bíblia protestante diz em Daniel 12,2: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.”

Se há "vida eterna" (leia-se alma), é porque ela é infinita.
Se há "desprezo eterno" é porque é necessária uma alma eterna para sofrer "desprezo eterno".

Por isso se lê em Mateus: “irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna (Mateus 25,46).

Em favor de sua própria crendice na mortalidade da alma, o Banzoli também tentou deturpar as palavras de São Justino. Mas as reais palavras desse santo destroem sua manobra:

São Justino escreveu no seu Diálogo com Trifão: “ As almas dos homens piedosos fuçarão  num lugar bom , as  dos ímpios  e malvado noutro muito mal, esperando o tempo de juízo. E assim as primeiras, se forem julgadas dignas diante de Deus, nunca mais hão de morrer, as outras, serão punidas por tanto tempo quanto Deus quiser que existam e seja castigadas." (Antologia dos Santos Padres, Folch Gomes, Cirilo,São Paulo, Paulinas, 1979 p. 74)

Com efeito, para São Justino, a morte das almas, como quer o Banzoli, seria uma grande injustiça para os bons e uma vantagem para os maus que não sofreriam por seus atos.

O Banzoli ainda tentou se socorrer citando Arnóbio de Sicca, do século IV, mas logo foi refutado pelo Rafael Rodrigues do site "Apologistas Católico". Explica Rafael: 


[O único escritor primitivo que temos conhecimento que adotou como doutrina do destino da alma, o aniquilacionismo, foi Arnóbio de Sicca no final do século IV, este autor é comumente citado por aniquilacionistas para tentarem rastrear sua heresia dentro da Igreja primitiva. Anóbio de Sica não é Pai da Igreja, que por sua vez parece que se inspirou na doutrina de uma seita Árabe condenada por Orígenes e pelo concílio de Bostra 245 d.C, e na Pré-Existência da alma desenvolvida pelo próprio Orígenes, que negava o inferno eterno e foi condenada pelo II concílio de Constantinopla:

“Se alguém diz ou pensa que a punição dos demônios e de homens ímpios é apenas temporária, e um dia terá fim, e que uma restauração (ποκατάστασις) abrangerá demônios e homens ímpios, que ele seja anátema.
Anátema a Orígenes e a Adamantius, que estabeleceram estas opiniões em conjunto com a sua doutrina nefasta, execrável e má e a quem pense assim, ou defenda essas opiniões, ou de qualquer forma daqui por diante em qualquer tempo a quem tiver a presunção de protegê-los.” (II concílio de Constantinopla - Cânon IX)


Passando-se mais de um milênio de condenação, no século XIX, foi ressuscitada pelo protestantismo na figura de Edward White, e foi mais desenvolvida por Adventistas e Testemunhas de Jeová, que por sua vez influenciaram muitos no meio protestante, mesmo estes não fazendo parte destas seitas, e esta doutrina sendo também condenada pelo protestantismo “tradicional” e pelos principais “reformadores”.] [1]

E assim refutamos o Banzoli, usando apenas um pequeno alfinete para explodir seu gigantesco balão de enganos.

Não é necessário ir além na refutação completa do seu calhamaço de embustes, porque ele partiu de um pressuposto errado, graças a péssima tradução da bíblia protestante que usa, aliando a isso, a costumeira desonestidade em adulterar textos do pais da Igreja.


Por Fernando Nascimento
Fimdafarsa

[1]. RODRIGUES, Rafael. Pais da Igreja e a Imortalidade da alma. Disponível em: Desde: 11/05/15.
Traduções a partir dos originais usadas nesta refutação: Septuaginta + NT; Vulgata; Bíblia de Jerusalém.